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Artigo: Evaluation of Parasiticide Treatment with Benznidazol in the Electrocardiographic,
Clinical, and Serological Evolution of Chagas Disease
Autores:Abilio Augusto Fragata-Filho e mais
Local: Dante Pazzanese Institute of Cardiology, Vila Mariana, São Paulo, Brazil
Referência: PLoS Negl Trop Dis 2016; 10 (3): e0004508. doi:10.1371/journal.pntd.0004508
Estudo: Trata-se de estudo observacional, não randomizado. Foram incluídos no estudo pacientes com Doença de Chagas na fase crônica, mas sem alteração eletrocardiográfica. A opção por tratar ou não tratar foi realizada pelo médico assistente do caso. O desfecho primário foi o desenvolvimento de alteração eletrocardiográfica após o estudo. Já para a análise multivariada o desfecho utilizado foi comporto (Morte, ICC, AVC) O acompanhamento mínimo foi de dez anos.
Resultados: 310 pacientes foram incluídos. 263 receberam benzonidazol. 79.08% dos pacientes continuaram com ECG normal, comparados com 46,81% dos controles.

Houve também redução de doença cardíaca e óbito.


Comentários: O estudo tem um viés de seleção por não ser randomizado. É possível que o critério de elegibilidade já tenha sido uma questão de gravidade ou tempo de evolução. Mesmo assim, os resultados são bastante relevantes e não podem ser obscurecidos pelo viés. Aparentemente, o tratamento com benzonidazol, apesar dos eventos adversos, previne a cardiopatia e reduz mortalidade de pacientes com a forma crônica de Doença de Chagas. Numa época de Medicina Baseada em Evidências precisamos de estudos randomizados para tomada de decisões maiores. Mas a nível individual, dados como os deste estudo merecem ser considerados de forma bastante intensa.
Marcado:Doença de Chagas
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