Duração da antibioticoterapia no pé diabético com osteomielite

Artigo:Six-Week Versus Twelve-Week Antibiotic Therapy for Nonsurgically Treated Diabetic Foot Osteomyelitis: A Multicenter Open-Label Controlled Randomized Study

Autores:Alina Tone, Sophie Nguyen e mais

Local: Cinco hospitais, França

Fonte:Diabetes Care 2015;38:302–307

Estudo: Pacientes com infecções no pé diabético tratados em 5 hospitais entre 2007 e 2009 foram incluídos. Os pacientes foram randomizados de acordo com  a duração de tratamento (Tratamento curto – 6 semanas versus tratamento longo – 12 semanas de antibioticoterapia). dfo3Foram incluídos pacientes com pé diabético e infecção óssea (Infecção de >2 semanas com úlcera grande e profunda e evidência de infecção óssea à radiografia, ressonância ou cintilografia). Adicionalmente foio requerida biópsia óssea com pelo menos duas semanas sem antibioticoterapia, evidenciando patógeno. O esquema primário proposto foi o uso de uma quinolona associada à rifampicina, adaptado posteriormente para adequação ao resultado da cultura.

A seleção foi rigorosa: pacientes não iriam ser submetidos à amputação ou debridamento, e nem apresentavam insuficiência vascular periférica grave.

O desfecho proposto foi a remissão da infecção (Ausência de sinais sistêmicos + resolução da úlcera + radiografia estabilizada ou melhorada ao final do tratamento e após um ano).

Resultados: Foram incluídos 40 pacientes, com características bastante semelhantes nos dois braços. Como esperado, S. aureus foi o agente mais identificado. P. aeruginosa foi identificada em cerca de 3% dos  pacientes.

Os resultados apontam igualdade na taxa de remissão clínica nos dois grupos.

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A toxicidade foi maior no grupo de tratamento longo, , particularmente devido à presença da rifampicina no esquema.

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Comentários: Apesar do baixo número de pacientes (n=40), o estudo é bastante relevante. Isto porque:

  • A literatura disponível é precária e a condição é comum;
  • Ao contrário da maioria dos demais estudos, é prospectivo e randomizado;
  • A seleção de pacientes e os critérios muito rigorosos afastam um pouco o estudo do paciente do mundo real, mas por outro lado isola e neutraliza a maior parte dos fatores de confusão e define claramente que a duração curta é realmente uma questão que deve ser pensada, e, quem sabe, aplicada rotineiramente.

A evidência que  a terapia prolongada também prejudica o paciente é bastante importante.

Apesar de qualquer limitação percebida, trata-se de estudo desenhado com brilhantismo, rigor metodológico, controle de variáveis e é forte sugestão para redução no tempo de antibioticoterapia nestes pacientes.

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Um pensamento sobre “Duração da antibioticoterapia no pé diabético com osteomielite

  1. Avatar de Glaucio Costa Abrantes dos Santos
    Glaucio Costa Abrantes dos Santos 22 de agosto de 2016 às 13:09 Reply

    Pacientes resistentes a rifampicina nota da mente ou com hepatoxidade ,produzindo efeitos colaterais previos hepatite medicamentosa pela rifampicina. Qual outra opção de antibiótico?

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