O Guideline da European Urology Association é um dos mais completos sobre infecção
urinária, e o que traz de mais importante é a organização da informação nas infecções complicadas. Estas infecções são frequente mal definidas, e cada autor ou médico costuma definir de forma particular (infecções em imunodeprimidos, em pacientes graves, acompanhada de sepse, na presença de fator modificável, bactéria resistente, etc.).
Na verdade uma definição completa e aplicável do que seja uma infecção urinária complicada é impossível. Por isto, nesta recomendação, a Sociedade Europeia de Urologia prefere orientar que se procure os fatores complicantes, e para cada grupo, diagnósticos e condutas são particularizados.
Os critérios para esta avaliação são:
- Apresentação clínica
- Gravidade
- Fatores de risco ORENUC
- Resistência da bactéria

1. Apresentação clínica
A apresentação clínica poderá variar de urtrite a urosepsis. A principal diferença de conduta está na concentração urinária e sérica de antimicrobianos. Na cistite, por exemplo, podemos utilizar antimicrobianos com baixa concentração sérica (Ex. nitrofurantoína, norfloxacina).
2. Gravidade
A gravidade está ligada principalmente ao suporte que deve ser oferecido. Observação clínica sistemática, se for o caso em UTI, cuidados de acordo com as normas de sepse, caso haja hipotensão refratária. Nestes casos, não há tempo para espera. Não há justificativa para uso de antibióticos de espectro pra infecções hospitalares em infecções comunitárias baseado somente no critério de gravidade. A prioridade está em ser medicamente por via endovenosa, de alta potência, mais do que amplo espectro.
É importante observar que a Sociedade recomenda exame de imagem e consideração cirúrgica nos casos mais graves.

3. Fatores de risco ORENUC
A Sociedade sugere que cada um dos fatores descritos como ORENUC deva ser investigado e conduzido de forma distinta.
R, a infecção recorrente, sugere a investigação de causas, e se esta não for corrigível, podem ser realizadas observação clínica sistemática ou em algumas situações a profilaxia.
E, fatores extra-genitais, que levam à necessidade de uma análise clínica mais cautelosa. Não há necessidade de mudança de esquema antimicrobiano nesta população.
N – Doença dos rins. A principal consideração aqui é a observação do ajuste de doses do antimicrobiano.
U, fatores urológicos, que muitas vezes precisam ser corrigidos para se atingir a cura ou para evitar recorrências.
C, presença de cateter (sonda), condição que tem uma série de particularidades. Os autores são claros ao afirmar que antibioticoprofilaxia em pacientes sondados é medida sem eficácia clínica.

4. Resistência da bactéria
A resistência da bactéria deve ser observada. Percebe-se que no guia a indicação é de início empírico de tratamento na maior parte dos casos, para deescalonamento posterior, com resultado das culturas. Por esta razão, já na primeira avalaiação devem ser pesquisados os fatores de risco para resistência (uso recente de antimicrobianos de maior espectro, infecções de repetição e hospitalização/manipulação urológica recente). Na presença de fatores de risco, esquema empírico de maior espectro está justificado.
Marcado:Infecção urinária, ITU
[…] A infecção urinária recorrente, aqui antes mencionada sem detalhe na referência de um Guideline Europeu, é um problema sério. Pacientes com esta condição se sentem limtiados, e com grande prejuízo […]
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