Artigo: Surgical Mask vs N95 Respirator for Preventing Influenza Among Health Care Workers.

Autores: Mark Loeb; Nancy Dafoe; James Mahony; e mais.

Local: Canada

Fonte: JAMA. 2009; 302(17): 1865-1871.

O estudo: Foi realizado em 8 hospitais terciários de Ontario, Canada. 446 enfermeiros de Serviços de Emergência, UTI e Unidades Clínicas e Pediátricas. 446 enfermeiros foram randomizxados para usar máscaras cirúrgicas ou respiradores N95. Segundo protocolo local da época (Devido ao surto de SARS) os profissionais deveriam utilizar máscaras caso se aproximassem <1m de pacientes com doenças febris agudas, ou síndromes respiratórias agudas. O desfecho primário foi o desenvolvimento de infecção por Influenza, comprovada laboratorialmente. Os desfechos secundários foram a detecção de outros vírus respiratórios.

Resultado: 225 enfermeiros foram randomizados para utilizar máscaras cirúrgicas e 221
para respiradores N95. Os resultados indicaram que a proteção conferida pelo respirador N95 foi similar à da máscara comum. A incidência de influenza foi, respectivamente, 22,9% e 23,6%. O mesmo ocorreu com Influenza A H1N1 (11,9% e 8,0%).

Comentários: A percepção e reação à infecção pelo vírus Influenza é variável. Este vírus, sempre capaz de gerar problemas sérios de saúde, independente se H1N1, H3N2 ou qualquer variante, passa por períodos de esquecimento, quando não é diagnosticado apropriadamente, e períodos de histeria, mais do que epidemia, quando é superdiagnosticado, gerando pavor muitas vezes superior ao grau de ameaça. É durante os períodos de histeria ou epidemia que medidas muitas vezes exageradas são implementadas, incluindo precauções desnecessárias.

As precauções para doenças transmitidas por aerossóis são menos eficazes e de difícil implementação. Elas não requerem somente o uso de respiradores N95, mas também alterações comportamentais e mudanças de estrutura física. A tuberculose é o principal exemplo. A determinação da necessidade ou não de uso de respiradores N95 ou mesmo das demais medidas aplicadas para a tuberculose pode complicar bastante a implementação de medidas de precauções no serviços de saúde, no caso dos períodos de ocorrência da Influenza.

Neste aspecto este estudo, já antigo, coloca um banho de água fria na histeria das precauções. Higienização das mãos, e máscaras comuns – caso o profissional se aproxime do paciente – são o bastante para a redução de riscos, o que facilita muito a logística do programa de precauções.

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