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Uveítes: como investigar?

Artigo:  Uveitis Evaluation and Treatment

Autores:  Robert H Janigian, Jr, Hampton Roy e mais

FonteMedscape

O estudo:  Frequetemente casos de uveíte são encaminhadas para o infectologista, como se fossem causadas por toxoplasma, decisão feita somente pela presença de um IgG positivo. Chegam com tratamento sub-ótimo (Sulfametoxazol-trimetoprim). No entanto, as uveítes podem ser doenças graves e merecem uma abordagem bastante lúcida e detalhada, que é a proposta desta publicação.

Pontos críticos: Separei e adaptei aqui a classificação, agentes mais prováveis e investigação como destaque (resumidos).

 

Classificação Condições associadas Causas prováveis Investigação
Uveíte anterior
Aguda, intensa, com ou sem hipopion fibrinoso Nenhuma Idiopática, inflamatória não-infecciosa e associada ao HLA-B27. Depende do exame clínico e histórico.
Artrite, dor lombar, sintomas genitourinários. Espondiloartropatias soronegativas HLA-B27, exames de imagem da sacroilíaca
Úlceras aftosas Doenças de Behcet HLA-B5, HLA-B51
Pós-cirúrgico Endoftalmite Avaliação oftalmológica
Medicação Rifabutina
Dendrite córnea, atrofia setorial da íris Herpes
Resposta ruim aos corticoides ou epidemiologia Sífilis Sorologia
Dor ou vermelhidão de moderada/grande intensidade Nenhuma Idiopática Depende do exame clínico e histórico.
Pós-cirúrgico Endoftalmite Avaliação oftalmológica
Medicação Etidronato,

metipranolol,

latanoprost

Epidemiologia presente Tuberculose Quantiferon ou PPD para descartar casos
Criança, especialmente com artrite
Crônica, sinais mínimos de dor ou vermelhidão Nenhuma Idiopática, Doença de Lyme Sorologia para Doença de Lyme
Pós-cirúrgico Endoftalmite Avaliação oftalmológica
Heterocromia difusa, precipitado queratico unilateral Uveíte de Fuchs Nenhuma
Uveíte intermediária
Geral Depende da história clínica Idiopática ou associada a doenças sistêmicas (Sarcoidose, Doença de Lyme, Esclerose Múltipla, sífilis, doença inflamatória intestinal, doença de Whipple, Linfoma) Depende da história clínica

 

Para as uveítes posteriores, em especial a vasculite de retina, os autores propões um fluxograma, que é onde entra a toxoplasmose:

 

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