Arquivo da tag: Infecções de pele e partes moles

Fatores de risco para erisipela recorrente

Artigo: Recurrent erysipelas – risk factors and clinical presentation

streptococcusgramstain2Autores: Malin Inghammar e mais

Local: Suécia

FonteBMC Infectious Diseases 2014, 14:270

Estudo: Foram selecionados pacientes <18 anos com diagnóstico de erisipela no Skåne University Hospital entre 2007 e 2011. Os Continuar lendo

Avaliação da resposta ao tratamento da celulite

ArtigoEarly Response in Cellulitis: A Prospective Study of Dynamics and Predictors

AutoresTrond Bruun e mais

aurLocal: Noruega

FonteClinical Infectious Diseases 2016;63(8):103441

Estudo: O reajuste de esquema antimicrobiano, com ampliação do espectro é medida comum realizada com a sensação de fata de melhora clínica. No entanto, muitas vezes esta mudança é desnecessária, porque a “falta de resposta” é decorrente da inflamação intensa, da presença de toxinas e não pela falta de cobertura antimicrobiana. Este estudo procurou compreender a dinâmica da resposta ao tratamento na celulite e preditores de falha de esquema antimicrobiano.Desta forma, estudaram celulites causadas pelo estreptococo betahemolítico (BHS) e S.aureus e analisaram temporalmente a resposta clínica e laboratorial. A avaliação foi prospectiva e diária. Pacientes com coleções drenáveis foram escolhidos. As definições de desfecho Continuar lendo

Infecção como efeito adverso de anti-inflamatórios

Os artigos aqui revisados são antigos, e a literatura é escassa, mas o assunto é extremamente importante.

  • Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são usados em larga escala, tanto através de prescrição médica quanto como por automedicação. Esta classe de medicamentos é vendida livremente, em prateleiras de farmácias (OTC ou over the counter). Seus benefícios são inquestionáveis, 19-diet-pillsassim como seus efeitos adversos.
  • Muitos dos efeitos colaterais são conhecidos, como os problemas relacionados à agregação plaquetária (De forma diferente, os COX não seletivos e os COX-2 seletivos), sobre estômago e rins.

Vamos nos lembrar que os AINES agem numa fase crítica da resposta imune, o sistema inato, mais inespecífico, mas crucial para eliminação rápida de agressores: a cascata do ácido aracdônico.

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Este processo é disparado no momento em que há lesão de membranas celulares, com exposição de fosfolipídeos. Dentre os caminhos seguidos pela degradação de fosfolipídeos, chegamos às cicloxigenases, Continuar lendo

Duração da antibioticoterapia no pé diabético com osteomielite

Artigo:Six-Week Versus Twelve-Week Antibiotic Therapy for Nonsurgically Treated Diabetic Foot Osteomyelitis: A Multicenter Open-Label Controlled Randomized Study

Autores:Alina Tone, Sophie Nguyen e mais

Local: Cinco hospitais, França

Fonte:Diabetes Care 2015;38:302–307

Estudo: Pacientes com infecções no pé diabético tratados em 5 hospitais entre 2007 e 2009 foram incluídos. Os pacientes foram randomizados de acordo com  a duração de tratamento (Tratamento curto – 6 semanas versus tratamento longo – 12 semanas de antibioticoterapia). dfo3Foram incluídos pacientes com pé diabético e infecção óssea (Infecção de >2 semanas Continuar lendo

Profilaxia para celulite de repetição

Artigo:  Antibiotic prophylaxis for preventing recurrent cellulitis: a systematic review and meta-analysis.

Autores:  Oh CC, Ko HC, Lee HY, Safdar N, Maki DG, Chlebicki MP.

Local:  Singapura e Wisconsin, EUA

Fonte:  J Infect. 2014 Jul;69(1):26-34.

1009xrds_bacteria_articleO estudo:  O autor realizou revisão sistemática da literatura abordando celulite de repetição e antibioticoprofilaxia.

Resultados:  Surpreendentemente somente 5 estudos atingiram os critérios para análise, apesar da frequência da doença e sua importância. O risco relativo encontrado foi de Continuar lendo

Infecções associadas a animais domésticos

dog_kissing_-2-600x400Os animais domésticos estão cada vez mais dentro da vida das pessoas. Não só numa função utilitária, mas afetiva. Existe uma nova ética na relação entre homens e animais. Uma nova mentalidade. Independente das grandes evoluções que esta relação comporta, uma maior integração do ser humano com seu ambiente, é importante a análise de alguns aspectos que surgem como efeito colateral desta nova forma de relação.

Cães e gatos não são seres humanos, têm necessidades específicas e, o que nos interessa neste momento, apresentam uma ecologia diferente dos seres humanos. Carregam uma microbiota própria à qual estão habituados e que não necessariamente se adapta da mesma forma ao ecossistema humano. Ao humanizarmos os animais, incorporarmos nossos hábitos e intimidades à rotina destes animais, estamos nos expondo (e expondo aos animais) a uma quebra de paradigma evolucionária, microbiológica. Existem riscos associados à forma com que estamos lidando com os animais?

Infecções tradicionalmente associadas aos animais domésticos

Alguns riscos são conhecidos, entre eles o de doenças hoje controláveis através de imunização (ex. raiva, leptospirose), aquelas cujos cães são hospedeiros (ex. leishmaniose) e principalmente mordeduras e arranhaduras.

Mordeduras – Os animais, tanto cães quanto gatos, apresentam uma microbiota oral diferente dos humanos. Eles podem carrar a Pastereulla multocida, uma bactéria particularmente agressiva para seres humanos. Os riscos de infecção são elevados, e a profilaxia é recomendada de acordo com critérios definidos. Entre estes critérios estão: Continuar lendo

Marcadores inflamatórios: a evidência

Artigo: Acute Phase Reactants in Infections: Evidence-Based Review and a Guide for Clinicians

Autores:  Anurag Markanday

biomarkerLocal:  British Columbia, Canada

Fonte:  Open Forum Infectious Diseases 2015

A revisão:  O autor revê a utilização de VHS, PCR e procalcitonina em diversas situações específicas, resumidamente transcrita em tabelas. Os resultados mostram que os biomarcadores podem diminuir o consumo de antimicrobianos, especialmente relacionado à duração de terapia, como exposto na tabela 2, que analisa a terapia guiada por procalcitonina.. No caso da pneumonia, alguma evidência quanto à redução de indicação. O mesmo não ficou tão bem estabelecido para sepse.

Comparando a  sensibilidade e especificidade para diagnóstico de infecção bacteriana da procalcitonina, o autor cita os seguintes resultados:

Diagnóstico de infecção bacteriana Sensibilidade Especificidade
Procalcitonina 0,88 (0.80–0.93) 0.81 (0.67–0.90)
Proteína C reativa 0.75 (0.62–0.84) 0.67 (95% CI, 0.56–0.77)

Uma especificidade de 81%, como observada na procalcitonina, pode ser considerada Continuar lendo