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Meu paciente está com “defesas baixas”?

Na clínica diária é frequente o paciente se queixar de “resistência baixa” e que deseja prescrição de vitaminas para “aumentar as defesas”. Na imensa maioria das vezes em que uma investigação é feita, nenhuma alteração é encontrada. Nenhuma surpresa. A sensação de defesas baixas vem devido a:

immunodeficiency-disordersa) Infecções de repetição, muitas vezes infecções respiratórias leves, cuja ocorrência mais frequente num ano ocorre por questões epidemiológicas (maior circulação de vírus/ período prévio mais prolongado sem infecções, gerando maior suscetibilidade;

b) Infecções recorrentes como infecções urinárias ou herpes simples, cujas causas são diferentes, em geral não relacionada a imunodeficiências;

c) Sensação de cansaço ou estafa.

Na verdade, a pergunta é: quando suspeitar que o paciente apresenta uma imunodeficiência?

As imunodeficiências são variadas

Inicialmente, é importante entender que o sistema imune é complexo e Continuar lendo

Preparando pacientes para o uso de imunobiológicos

Artigo: A guide to preparation of patients with inflammatory bowel diseases for anti-TNF-a therapy


Autores
:  Júlio Maria Fonseca Chebli,  Pedro Duarte Gaburri, Liliana Andrade Chebli, Tarsila Campanha da Rocha Ribeiro, André Luiz Tavares Pinto, Orlando Ambrogini Júnior e Adérson Omar Mourão Cintra Damião

Local:  Division of Gastroenterology, Inflammatory Bowel Disease Center, Federal University of Juiz de Fora, Juiz de Fora, Brazil; Division of Gastroenterology, Federal University of São Paulo (UNIFESP), School of Medicine, São Paulo, Brazil, Laboratory of Medical Investigation (LIM 07), University of São, Paulo Medical School, Hospital das Clínicas, São Paulo, Brazil

Fonte:  Med Sci Monit, 2014; 20: 487-498

5149398656_ec327ba69d_o.2e16d0ba.fill-48x48_esgINbTO guideline:  Trata-se de uma revisão sistemática que procura concluir e sistematizar a triagem infecciosa em pacientes que serão submetidos ao uso de imunobiológicos. Resumidamente, destacam-se:

Tuberculose

A tuberculose é a doença mais associada ao uso de imunobiológicos, especialmente aqueles anti-TNF. Este é um problema ainda mais sério no Brasil, país de alta incidência da doença. Por isto, a triagem e tratamento da infecção latente devem preceder o uso dos imunobiológicos. Além dos dados clínicos, são recomendados o PPD e um dos novos testes (IGRA), incluindo o quantiferon. A conduta, basicamente o tratamento da infecção latente com isoniazida, pode ser vista na figura.

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HBV

A hepatite B pode ser exacerbada com uso de imunobiológicos. A sorologia deve preceder seu uso. Os soronegativos devem ter o esquema completo da vacina administrado antes do uso do imunobiológico. Para os vacinados, recomenda-se que estejam com títulos de anticorpos >10U para proteção. Se os títulos forem inferiores, é recomendado um reforço vacinal. Os HBsAg positivo devem ter esquema antiviral iniciado uma a três semanas antes do uso do imunobiológico. Os autores recomendam tenofovir+entecavir devido ao menor impacto na resistência.

HCV

Os autores relatam que a coexistência do HCV com terapia com imunobiológicos é infrequente. No momento da publicação do guideline, os novos esquemas, hoje padronizados, ainda não estavam disponíveis. A experiência dos infectologistas mostra que a coexistência de imunodepressão com infecção pelo HCV mostra grande aumento de risco de doença hepática. Por esta razão, as novidades que aconteceram após a publicação, seria necessária uma atualização do guideline neste tópico específico, analisando o tratamento prévio com a terapia interferon-free.

HIV

A pesquisa da soropositividade para HIV é recomendada. Para os soropositivos, os autores afirmam que é seguro o uso de imunobiológicos em pacientes em supressão viral. Cabe lembrar que após os resultados do estudo START em 2015, a indicação de início de antirretrovirais foi alargado, favorecendo o uso nesta população específica.

VACINAÇÂO

Os autores recomendam a pesquisa do histórico vacinal e mostraram referência às recomendações do IDSA para vacinação em imunodeprimidos. As vacinas abordadas com maior ênfase são: varicela-zoster e influenza.

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