Arquivo da tag: Hepatite C

Coinfecção Hepatite C – HTLV

Artigo: Hepatitis C virus/human T lymphotropic virus 1/2 coinfection: Regional burden and virological outcomes in people who inject drugs

colunista-tira-d-favidas-sobre-o-v-edrus-htlvAutores: Erika Castro, Elena Roger

Local: Suíça

FonteWorld J Virol 2016, 12; 5(2): 68-72

A revisão: Os autores realizaram revisão de desfechos e evolução de pacientes coinfectados com Hepatite C (HCV) e HTLV 1/2. Isto é muito importante pois o modo de transmissão das duas é parecido e coinfecção não é infrequente, em especial nos usuários de droga endovenosa (PWID – people who inject drugs). Estima-se uma soroprevalência mundial do HCV de Continuar lendo

Hepatite e Linfomas

Artigo: Hepatitis B and C viruses and risk of non-Hodgkin lymphoma: a case-control study in Italy

Autores: Martina Taborelli e mais0119656_crop

Local: Itália

FonteInfectious Agents and Cancer (2016) 11:27

Estudo: Evidências indicam a possibilidade de associação entre o vírus da Hepatite C (HCV) e o Linfoma não-Hodgkin (LNH). O mesmo não ocorre com o vírus da Hepatite B (HBV). Os autores realizaram estudo de caso controle  visando analisar a associação entre estes dois vírus e a ocorrência de LNH em pacientes adultos. Eles usaram dados de outros dois estudos caso-controle previamente publicado por eles. Foram excluídos pacientes HIV positivos. Os controles foram pacientes internados nas mesmas instituições nos mesmos períodos, com quadros agudos diversos.

Resultados: Na somatória dos dois estudos, foram analisados 571 casos de LNH e Continuar lendo

Hepatocarcinoma em portadores de HIV e HCV

Artigo: Trends in Incidences and Risk Factors for Hepatocellular Carcinoma and Other Liver Events in HIV and Hepatitis C Virus–coinfected Individuals From 2001 to 2014: A
Multicohort Study

hepatite-cAutores: Lars I. Gjærde e mais

Local: Dinamarca, Canadá, Suíça, Polônia, Inglaterra, Itália

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(6):821–9

Estudo: Os autores decidiram investigar se a incidência de hepatocarcinoma em pacientes coinfectados (HIV-HCV) está diminuindo, da mesma forma que estão reduzindo os óbitos e os eventos hepáticos. Eles aproveitaram os dados do projeto EUROSIDA que coleta informações de 111 centros na Europa, Israel, Argentina e Canadá e fizeram modelo de regressão visando compreender a dinâmica das complicações (Hepatocarcinoma, e complicações/óbitos relacionados às doenças do fígado).

Resultados: Foram incluídos 7229 indivíduos, tendo sido diagnosticados 72 pacientes com hepatocarcinoma e Continuar lendo

Hepatite C na gestação

Artigo Antiviral therapy for hepatitis C: Has anything changed for pregnant/lactating women?

Autores: Anna Maria Spera, Tarek Kamal Eldin, Grazia Tosone, Raffaele Orlando85450683-pregnancy

Local: Itália

FonteWorld J Hepatol 2016; 8(12): 557-565

A revisão: O risco de transmissão vertical do vírus da Hepatite C (HCV) varia de 3 a 10%. Estima-se que 50% dos indivíduos cronificarão a infecção e 10-20% apresentarão cirrose ou hepatocarcinoma.

O tratamento convencional com Interferon e Ribavirina é contraindicado na gestação. A Ribavirina é teratogênica, sendo classificada como X nos critérios do FDA. O interferon tem uma série de outros problemas durante a gestação.

Os agentes com ação direta (DAA) estão mudando a história dos pacientes portadores de HCV, aumentando drasticamente a taxa de pacientes com resposta virológica sustentada (RVS) e depuração viral. Para o genotipo 1, a partir de 2015 o Ministério da Saúde aprovou o uso e distribuição do esquema Sofosbuvir + Simeprevir.

O tratamento com DAAs Continuar lendo

Vacina para hepatite C: será possível?

Artigo: Why is it so difficult to develop a hepatitis C virus preventive vaccine?

5171Autores:C. Zingaretti, R. De Francesco e S. Abrignani

Local: Istituto Nazionale Genetica Molecolare (INGM), Milano, Italy

Fonte:Clin Microbiol Infect 2014; 20 (Suppl. 5): 103–109

A revisão: Apesar dos excelentes resultados dos novos tratamentos para a Hepatite C, a disponibilização da vacina seria uma grande evolução. Esta revisão procura elucidar por que é tão difícil desenvolver uma vacina para este vírus, e quais seriam as perspectivas.

O vírus

O HCV é um flavivírus que possui duas proteínas estruturais e 8 não estruturais. Ele é altamente variável por duas razões: alta taxa de replicação e a presença de uma RNA-polimerase que não possui mecanismo de correção de transcrição.

A vacina é factível?

Em primeiro lugar é importante saber que o organismo consegue desenvolver defesas contra o vírus e 20-35% apresentam clareamento da infecção espontaneamente. Continuar lendo

Hepatites agudas: que exames solicitar?

5171As hepatites agudas são doenças frequentes, na maioria das vezes benignas, mas que podem ser manifestação de outra doença sistêmica ou apresentarem gravidade. Curiosamente, vemos com frequência a solicitação de um grande número de marcadores desnecessariamente.

Alguns conceitos podem ser marcados:

  1. O estado vacinal sempre deve ser pesquisado, pois imunização prévia diminui risco da etiologia específica.
  2. História clínica (incluindo aspectos epidemiológicos) e exame físico detalhado devem ser pesquisados, buscando manifestações sistêmicas e possibilidade de doenças alternativas às hepatites virais clássicas. Por exemplo: mialgias, que podem sugerir leptospirose, sintomas urinários, que podem sugerir hepatite transinfecciosas, linfadenomegalia generalizada, comum em citomegalovirose, sem contar a epidemiologia para febre amarela e leptospirose.
  3. Transaminases em níveis<4 vezes o normal são inespecíficos e podem sugerir um número de diagnósticos mais amplos. Transaminases com níveis superiores a estes, em especial superiores a 500 estão maios associados às hepatites virais agudas e eventualmente à toxicidade medicamentosa.
  4. A pesquisa de vírus causadores de hepatite aguda deve incluir, de acordo com epidemiologia, pesquisa do vírus A (IgM anti-HAV), vírus B (HBsAg e anti-HBcAg IgM) e eventualmente sorologia para hepatite C. O anti-HBcAg IgM pode ser solicitado num segundo momento. Anti-HBsAg num primeiro momento poucas vezes será útil. HBeAg e anti-HBeAg não são exames para diagnóstico da infecção. Cabe lembrar que de acordo com a epidemiologia, pode ser solicitada a pesquisa de um ou mais vírus, não obrigatoriamente dos três.
  5. Em épocas de maior ocorrência de doenças veiculadas pela água, como hepatite A e leptospirose, muitas vezes a CPK ajuda a diferenciar as duas doenças, quando o quadro clínico não é claro.

O guideline prático da Washington State Clinical Laboratory Advisory Council apresenta fluxograma simplificado, que auxilia a conduta.

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Coinfecção HIV-HCV: qual o melhor antirretroviral (ARV)?

Artigo:  Progression of Liver Fibrosis and Modern Combination Antiretroviral Therapy Regimens in HIV-Hepatitis C–Coinfected Persons

Autores:  Laurence Brunet, Erica E. M. Moodie e mais

Local:  The Canadian Co-infection Cohort (CCC)

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;62(2):242–9

O estudo:  Os autores estudaram, em coorte a progressão da doença hepática de acordo com o esquema de ARV utilizado. O critério de progressão foi o escore APRI. Eles compararam os esquemas “âncora” (PI  ou NNRTI) e também os esquemas de suporte, ou “backbone” (TDF/FTC ou ABC/3TC). Somente foram analisados pacientes que estiveram no mesmo esquema de ARV até o estudo. Foram excluídos os HBV positivos e aqueles com uso prévio de dideoxinucleosideos.

Resultados:  Os resultados foram analisados através de dois modelos multivariados, estimando-se a progressão para fibrose segundo o escore APRI. O escore apresentou maior elevação nos pacientes que receberam inicialmente um PI (11% em 5 anos).  Nos usuários de NNRTI foi inferior, com limite de confiança Continuar lendo

As complicações da Hepatite C: quantificando riscos.

Artigo:  All-Cause Mortality and Progression Risks to Hepatic Decompensation and Hepatocellular Carcinoma in Patients Infected With Hepatitis C Virus

Autores:  Fujie Xu, Anne C. Moorman, e mais

Local: Quatro sistemas de saúde integrados nos EUA

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;62(3):289–97

O estudo: Os autores realizaram um coorte com dados de quatro sistemas integrados de saúde, analisando as evoluções de pacientes portadores do vírus da hepatite C (HCV) e que hcv1realizaram biópsia hepática nos anos de 2011 e 2012. Eles analisaram e estimaram as probabilidades de evolução da doença em 1, 2 e 5 anos. As evoluções analisadas foram transplante de fígado, hepatocarcinoma, descompensação de doença hepática.  Estes desfechos foram analisados de acordo com a classificação METAVIR obtida na biópsia (F0-F4).

Resultados:  9912 portadores Continuar lendo

Hepatite C: o resgate

Artigo:  Grazoprevir and elbasvir plus ribavirin for chronic HCV genotype-1 infection after failure of combination therapy containing a direct-acting antiviral agente

Autores:  Xavier Forns, Stuart C. Gordon e mais

Local:  Multicêntrico

Fonte: Journal of Hepatology 2015 vol. 63 j 564–572

O estudo:  Os autores avaliaram os resultados do tratamento de pacientes com HCV genótipo 1 que apresentaram falha ao tratamento primário (triplo). Os pacientes tiveram indicação de tratamento de acordo com protocolo (METAVIR 4, Fibroscan >12.5 kPa ou APRI>2).  Foram utilizados grazoprevir (inibidor de protease Continuar lendo

Preparando pacientes para o uso de imunobiológicos

Artigo: A guide to preparation of patients with inflammatory bowel diseases for anti-TNF-a therapy


Autores
:  Júlio Maria Fonseca Chebli,  Pedro Duarte Gaburri, Liliana Andrade Chebli, Tarsila Campanha da Rocha Ribeiro, André Luiz Tavares Pinto, Orlando Ambrogini Júnior e Adérson Omar Mourão Cintra Damião

Local:  Division of Gastroenterology, Inflammatory Bowel Disease Center, Federal University of Juiz de Fora, Juiz de Fora, Brazil; Division of Gastroenterology, Federal University of São Paulo (UNIFESP), School of Medicine, São Paulo, Brazil, Laboratory of Medical Investigation (LIM 07), University of São, Paulo Medical School, Hospital das Clínicas, São Paulo, Brazil

Fonte:  Med Sci Monit, 2014; 20: 487-498

5149398656_ec327ba69d_o.2e16d0ba.fill-48x48_esgINbTO guideline:  Trata-se de uma revisão sistemática que procura concluir e sistematizar a triagem infecciosa em pacientes que serão submetidos ao uso de imunobiológicos. Resumidamente, destacam-se:

Tuberculose

A tuberculose é a doença mais associada ao uso de imunobiológicos, especialmente aqueles anti-TNF. Este é um problema ainda mais sério no Brasil, país de alta incidência da doença. Por isto, a triagem e tratamento da infecção latente devem preceder o uso dos imunobiológicos. Além dos dados clínicos, são recomendados o PPD e um dos novos testes (IGRA), incluindo o quantiferon. A conduta, basicamente o tratamento da infecção latente com isoniazida, pode ser vista na figura.

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HBV

A hepatite B pode ser exacerbada com uso de imunobiológicos. A sorologia deve preceder seu uso. Os soronegativos devem ter o esquema completo da vacina administrado antes do uso do imunobiológico. Para os vacinados, recomenda-se que estejam com títulos de anticorpos >10U para proteção. Se os títulos forem inferiores, é recomendado um reforço vacinal. Os HBsAg positivo devem ter esquema antiviral iniciado uma a três semanas antes do uso do imunobiológico. Os autores recomendam tenofovir+entecavir devido ao menor impacto na resistência.

HCV

Os autores relatam que a coexistência do HCV com terapia com imunobiológicos é infrequente. No momento da publicação do guideline, os novos esquemas, hoje padronizados, ainda não estavam disponíveis. A experiência dos infectologistas mostra que a coexistência de imunodepressão com infecção pelo HCV mostra grande aumento de risco de doença hepática. Por esta razão, as novidades que aconteceram após a publicação, seria necessária uma atualização do guideline neste tópico específico, analisando o tratamento prévio com a terapia interferon-free.

HIV

A pesquisa da soropositividade para HIV é recomendada. Para os soropositivos, os autores afirmam que é seguro o uso de imunobiológicos em pacientes em supressão viral. Cabe lembrar que após os resultados do estudo START em 2015, a indicação de início de antirretrovirais foi alargado, favorecendo o uso nesta população específica.

VACINAÇÂO

Os autores recomendam a pesquisa do histórico vacinal e mostraram referência às recomendações do IDSA para vacinação em imunodeprimidos. As vacinas abordadas com maior ênfase são: varicela-zoster e influenza.

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