Arquivo da tag: Doenças sexualmente transmissíveis

Excreção do HCV em soropositivos

Artigo: Shedding of Hepatitis C Virus Into the Rectum of HIV-infected Men Who Have Sex With Men

virus detected 2Autores: Andrew L. Foster e mais

Local: Mount Sinai, New York. USA

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2017;64(3):284–8

Estudo: A transmissão sexual do HCV é tida como baixa, mas o risco não é ausente. Este estudo teve como objetivo analisar a excreção retal de HCV em homens que Continuar lendo

Ceftriaxona ou Penicilina para Sífilis?

Artigo: Meta-analysis of ceftriaxone compared with penicillin for the treatment of syphilis

sifilis-vdrlAutores: Zhen Liang e mais

Fonte: International Journal of Antimicrobial Agents 47 (2016) 6–11

Local: China

Estudo: Os autores realizaram meta-análise comparando tratamento da sífilis com penicilina benzatina e ceftriaxona. Como critério, foram incluídos estudos abordando sífilis primária, secundária ou latente (terciária excluída), em pacientes sem alergia à penicilina.

Os desfechos foram observados através de seguimento com 3, 6 e 12 meses. Foram avaliados: (i) taxas de resposta e (ii) taxas de recaídas. Resposta foi definida como redução ≥4-vezes nos títulos VDRL/RPR , sem aumento de títulos no período.Recaída foi definida como aumento nos títulos após queda do VDRL/RPR  ≥4-vezes. Soropersistência foi definida como manutenção dos títulos após tratamento, sem manifestações clínicas, e falha como aumento ≥4 vezes após resposta inicial,título persistente ≥1:64, ou progressão clínica da doença.

Resultados: De 969 artigos encontrados na busca bibliográfica, sete se encaixaram nos critérios de inclusão e exclusão. 281 pacientes fizeram parte da análise. Os esquemas de ceftriaxona foram bastante diferentes de acordo com o estudo. Um dos esquemas variou de 2 g IM por dia, por dois dias, até Continuar lendo

Vaginose bacteriana e DST: uma abordagem conjunta

Artigo:  Home Screening for Bacterial Vaginosis to Prevent Sexually Transmitted Diseases

Autores:  Jane R. Schwebke, Jeannette Y. Lee e mais

Local:  Multicêntrico, EUA

Fonte:  Clinical Infectious Diseases 2016;62(5):531–6

O estudo:  A vaginose bacteriana (VB) é um desbalanço da flora vaginal, com aumento de colônias de Gardnerella vaginalis e redução de lactobacilos. Ela pode ser sintomática ou assintomática, e está associada à ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis (DST) como por exemplo a infecção por clamídia e gonococo. Os autores tentaram uma estratégia de triagem da VB e tratamento na tentativa de diminuir a ocorrência de DSTs por clamídia e shutterstock208192159gonococo. Os autores incluíram mulheres de 15 a 25 anos de idade em 10 centros, desde que tivessem tido uma relação sexual nos últimos três meses e pelo menos dois fatores de risco para DST. A VB foi classificada como sintomática ou assintomática. As mulheres fizeram triagem para BV na consulta de rotina ou através de esfregaço (swab) coletado por elas mesmas. As mulheres com VB assintomática (o que torna ético o estudo)  foram randomizadas para receber a notícia por carta e prescrição de  metronidazol, 500mgVO a cada 12h por sete dias (receita por correio ou na clínica); outro grupo não teve ciência do resultado nem recebeu prescrição. Caso a mulher já tivesse alguma DST no início do estudo, era encaminhada para tratamento e excluída do estudo. As mulheres recebiam um kit para coleta de esfregaço a cada 12 meses para análise de persistência de VB e presença de DST. O desfecho foi a detecção laboratorial de infecção por clamidia ou gonococo após o término do estudo.

Resultados:  Foram incluídas 511 pacientes com VB assintomática no braço tratamento, e 482 no controle. A incidência de infecções por clamídia ou gonococo foi de 18,3 infecções/100 pessoas-ano, sendo Continuar lendo

Transmissão sexual do Zika Virus

Artigos:

Comentários: No dia 02 de fevereiro o CDC publicou um caso de transmissão sexual do zikaZika vírus em território americano. Uma pessoa que se infectou fora dos Estados Unidos transmitiu a doença por via sexual para outra. Este tipo de comunicação é importante porque mostra que o controle da disseminação desta doença será ainda mais difícil do que aquele feito para a dengue. Mas não se trata de nenhuma novidade. Em 2011, e colegas publicaram um caso de possível transmissão sexual deste vírus. Em 2015, e colegas conseguiram identificar o vírus em sêmen humano. Portanto, a notícia não representa uma grande novidade. As questões que são importantes nas tomadas de decisão, e que ainda não existem estudos para responder são:

  • Qual a dimensão, o risco da transmissão sexual do vírus? Casos esporádicos ou um verdadeiro problema de saúde pública?
  • A transmissão ocorre somente do homem para a mulher?
  • Por quanto tempo persiste a transmissão? Por curto ou longo tempo? As respostas sugerem recomendações distintas.
  • A transmissão ocorre somente em pessoas que apresentam sintomas (maior viremia) ou também na infecção assintomática?