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Eficácia clínica do Benzonidazol no tratamento da Doença de Chagas

Artigos médicos comentados por Renato Grinbaum https://infectologista.net/contato/

Artigo: Evaluation of Parasiticide Treatment with Benznidazol in the Electrocardiographic,
Clinical, and Serological Evolution of Chagas Disease

Autores:Abilio Augusto Fragata-Filho e mais

doencadechagas_00_zoomLocal: Dante Pazzanese Institute of Cardiology, Vila Mariana, São Paulo, Brazil

Referência: PLoS Negl Trop Dis 2016; 10 (3): e0004508. doi:10.1371/journal.pntd.0004508

Estudo: Trata-se de estudo observacional, não randomizado. Foram incluídos no estudo pacientes com Doença de Chagas na fase crônica, mas sem alteração eletrocardiográfica. A opção por tratar ou não tratar foi realizada pelo médico assistente do caso. O desfecho primário foi o desenvolvimento de alteração eletrocardiográfica após o estudo. Já para a análise multivariada o desfecho utilizado foi comporto (Morte, ICC, AVC) O acompanhamento mínimo foi de dez anos.

Resultados: 310 pacientes foram incluídos. 263 receberam benzonidazol. 79.08% dos pacientes continuaram com ECG normal, comparados com Continuar lendo

Tratamento da Doença de Chagas

doencadechagas_00_zoomArtigo: Recent Clinical Trials for the Etiological Treatment of Chronic Chagas Disease: Advances, Challenges and Perspectives.

Autor: Julio A. Urbina

Local: Venezuelan Institute for Scientific Research, Caracas, Venezuela

Fonte: Journal of Eukaryotic Microbiology 2015, 62, 149–156

O estudo: Trata-se de uma revisão que aborda os principais ensaios clínicos referentes ao tratamento da Doença de Chagas.  Inicialmente o autor revisa brevemente a doença, e os dois medicamentos disponíveis: Nifurtimox e Benzonidazol. Do ponto de vista teórico, a principal controvérsia referente ao tratamento está na fisiopatologia. Sabe-se que a maior parte das manifestações clínicas são decorrentes da autoimunidade induzida pelo parasita. No entanto, não se sabe completamente qual é o pepel da persistência do parasita na manutenção da autoimunidade. Caso seja importante, o tratamento tem o potencial de ser benéfico. Caso a autoimunidade seja independente da persistência (o parasita seria somente um ‘disparador’), então o potencial benéfico do tratamento será desprezível. O primeiro ponto relevante nesta revisão é a citação de referências e a consolidação da ideia de que que a doença crônica é fruto da persistência do parasita que leva a uma resposta imune desbalanceada. Esta é uma conclusão baseada em estudos realizados com biologia molecular, que é muito vantajosa, quando comparada ao isolamento do agente, ou ao xenodiagnóstico.  O autor cita alguns ensaios clínicos iniciados ou concluídos recentemente:

BENEFIT – Benzonidazol: primeiro estudo duplo-cego, randomizado. Continuar lendo