Arquivo da categoria: Infecções respiratórias

Pneumonia adquirida na comunidade: monoterapia com β–lactâmico?

Artigo:  Antibiotic Treatment Strategies for Community-Acquired Pneumonia in Adults

Autores:  Douwe F. Postma, Cornelis H. van Werkhoven, e  the CAP-START Study Group

Local:  Multicêntrico, Holanda

Fonte:  N Engl J Med 2015;372:1312-23

O estudo:  O estudo teve como alvo a avaliação da necessidade ou não da cobertura de agentes atípicos (com macrolídeo ou quinolona), associado a um β–lactâmico. O desenho foi prospectivo, e o critério de inclusão foi o de adultos com pneumonia adquirida na comunidade (PAC) com escore CURB-65>2. Durante o estudo, a cada 4 meses o esquema de eleição das instituições era alterado: monoterapia com β–lactâmico (período 1), β–lactâmico+macrolídeo (período 2), monoterapia com quinolona (período 3). O desfecho primário foi mortalidade em 90 dias, por qualquer motivo. Os desfechos secundários foram tempo de hospitalização, tempo para troca para medicação oral, e detecção de complicações durante a hospitalização.

Resultados:  Durante o período 1 foram incluídos 656 pacientes, 739 durante o período 2 e 888 durante o período 3.  A mortalidade em 90dias foi, respectivamente, (59 pacientes), 11.1% (82 pacientes), e 8.8% (78 pacientes). Comparando as três estratégias, não foi demonstrada inferioridade da monoterapia com β–lactâmico, quando comparado com os demais esquemas. Esta afirmação serve tanto para o desfecho primário, como para os secundários.

pac

Comentários: A literatura referente a este assunto em geral tende a mostrar Continuar lendo

Antibioticoterapia em infecções respiratórias agudas: Guideline 2016

Artigo:  Appropriate Antibiotic Use for Acute Respiratory Tract Infection in Adults: Advice for High-Value Care From the American College of Physicians and the Centers for Disease Control and Prevention

Autores:  Aaron M. Harris, Lauri A. Hicks, e  Amir Qaseem, pelo High Value Care Task Force of the American College of Physicians e pelo Centers for Disease Control and Prevention

Local:  EUA

Fonte:  Ann Intern Med. doi:10.7326/M15-1840

O guideline: O assunto parece óbvio e resolvido, mas não é tão simples. Nosso conceito é: vamos desestimular o uso de antimicrobianos para o tratamento de infecções respiratórias virais agudas. Esta é a condição em que mais se usa um antimicrobiano, a que mais seleciona resistência. Muito mais do que poucos pacientes em estado gravíssimo numa UTI. Nossos esforços de controle da resistência deveriam se voltar com maior intensidade para as situações mais “simples” onde usamos antibióticos “inócuos”. Na verdade, toda a antibioticoterapia deveria ser sistematizada de forma diferente, mas frequentemente nós, infectologistas, viramos nossas maiores atenções para as situações onde o impacto é menor.

No caso das IVAS, além das dificuldades diagnósticas e de educação em larga escala, temos alguns estudos que mostram benefícios em populações selecionadas, de alto risco, especialmente idosos com comorbidades. Estas situações deveriam ser melhor exploradas.

Na tabela, estão resumidas as principais recomendações destas duas entidades.

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