Arquivo da categoria: Infecções em imunodeprimidos

Uso de máscaras para prevenção de infecção em pacientes transplantados

Artigo: Universal Mask Usage for Reduction of Respiratory Viral Infections After Stem Cell Transplant: A Prospective Trial

Autores: Anthony D. Sung e maisk4874675

Local: Carolina do Norte, EUA

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(8):999–1006

Estudo: Além das precauções utilizadas para pacientes submetidos a transplante de medula óssea, os autores investigaram o uso obrigatório de máscaras cirúrgicas como parte das precauções padrão nesta população.O estudo teve um desenho Continuar lendo

Sepse pós-esplenectomia

Artigo: Overwhelming Postsplenectomy Infection: A Prospective Multicenter Cohort Study

Autores: Christian Theilacker e mais

Local:Splenectomy, Pneumococcus, and Fulminant Infection (SPLEEN OFF) Study Group – Alemanha

Fonte:Clinical Infectious Diseases 2016;62(7):871–8

x26eixvo_400x400O estudo:Estudo de coorte realizado em 173 UTIs alemãs, incluindo paciente com  sepse grave/choque séptico, comparando as características daqueles com asplenia ou presença de baço. A partir do coorte, foram pareados 52 pacientes com sepse e asplenia (remoção ou funcional), e 52 com sepse sem asplenia. Já nas características dos pacientes observam-se diferenças entre os grupos, o que é natural. O IMC de asplênicos foi mais baixo (24kg/m2 [22–27] x 28kg/m2 [23–34]), história de neoplasia e vacinação pévia para pneumococo e Haemophyllus influenzae B.

Resultados: Os estudos mostram algumas características que diferenciam a sepse em asplênicos e não asplênicos. Entre as apresentações clínicas, mostraram-se mais frequentes nos asplênicos a sepse sem foco Continuar lendo

Meu paciente está com “defesas baixas”?

Na clínica diária é frequente o paciente se queixar de “resistência baixa” e que deseja prescrição de vitaminas para “aumentar as defesas”. Na imensa maioria das vezes em que uma investigação é feita, nenhuma alteração é encontrada. Nenhuma surpresa. A sensação de defesas baixas vem devido a:

immunodeficiency-disordersa) Infecções de repetição, muitas vezes infecções respiratórias leves, cuja ocorrência mais frequente num ano ocorre por questões epidemiológicas (maior circulação de vírus/ período prévio mais prolongado sem infecções, gerando maior suscetibilidade;

b) Infecções recorrentes como infecções urinárias ou herpes simples, cujas causas são diferentes, em geral não relacionada a imunodeficiências;

c) Sensação de cansaço ou estafa.

Na verdade, a pergunta é: quando suspeitar que o paciente apresenta uma imunodeficiência?

As imunodeficiências são variadas

Inicialmente, é importante entender que o sistema imune é complexo e Continuar lendo

Infecções associadas a animais domésticos

dog_kissing_-2-600x400Os animais domésticos estão cada vez mais dentro da vida das pessoas. Não só numa função utilitária, mas afetiva. Existe uma nova ética na relação entre homens e animais. Uma nova mentalidade. Independente das grandes evoluções que esta relação comporta, uma maior integração do ser humano com seu ambiente, é importante a análise de alguns aspectos que surgem como efeito colateral desta nova forma de relação.

Cães e gatos não são seres humanos, têm necessidades específicas e, o que nos interessa neste momento, apresentam uma ecologia diferente dos seres humanos. Carregam uma microbiota própria à qual estão habituados e que não necessariamente se adapta da mesma forma ao ecossistema humano. Ao humanizarmos os animais, incorporarmos nossos hábitos e intimidades à rotina destes animais, estamos nos expondo (e expondo aos animais) a uma quebra de paradigma evolucionária, microbiológica. Existem riscos associados à forma com que estamos lidando com os animais?

Infecções tradicionalmente associadas aos animais domésticos

Alguns riscos são conhecidos, entre eles o de doenças hoje controláveis através de imunização (ex. raiva, leptospirose), aquelas cujos cães são hospedeiros (ex. leishmaniose) e principalmente mordeduras e arranhaduras.

Mordeduras – Os animais, tanto cães quanto gatos, apresentam uma microbiota oral diferente dos humanos. Eles podem carrar a Pastereulla multocida, uma bactéria particularmente agressiva para seres humanos. Os riscos de infecção são elevados, e a profilaxia é recomendada de acordo com critérios definidos. Entre estes critérios estão: Continuar lendo

Preparando pacientes para o uso de imunobiológicos

Artigo: A guide to preparation of patients with inflammatory bowel diseases for anti-TNF-a therapy


Autores
:  Júlio Maria Fonseca Chebli,  Pedro Duarte Gaburri, Liliana Andrade Chebli, Tarsila Campanha da Rocha Ribeiro, André Luiz Tavares Pinto, Orlando Ambrogini Júnior e Adérson Omar Mourão Cintra Damião

Local:  Division of Gastroenterology, Inflammatory Bowel Disease Center, Federal University of Juiz de Fora, Juiz de Fora, Brazil; Division of Gastroenterology, Federal University of São Paulo (UNIFESP), School of Medicine, São Paulo, Brazil, Laboratory of Medical Investigation (LIM 07), University of São, Paulo Medical School, Hospital das Clínicas, São Paulo, Brazil

Fonte:  Med Sci Monit, 2014; 20: 487-498

5149398656_ec327ba69d_o.2e16d0ba.fill-48x48_esgINbTO guideline:  Trata-se de uma revisão sistemática que procura concluir e sistematizar a triagem infecciosa em pacientes que serão submetidos ao uso de imunobiológicos. Resumidamente, destacam-se:

Tuberculose

A tuberculose é a doença mais associada ao uso de imunobiológicos, especialmente aqueles anti-TNF. Este é um problema ainda mais sério no Brasil, país de alta incidência da doença. Por isto, a triagem e tratamento da infecção latente devem preceder o uso dos imunobiológicos. Além dos dados clínicos, são recomendados o PPD e um dos novos testes (IGRA), incluindo o quantiferon. A conduta, basicamente o tratamento da infecção latente com isoniazida, pode ser vista na figura.

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HBV

A hepatite B pode ser exacerbada com uso de imunobiológicos. A sorologia deve preceder seu uso. Os soronegativos devem ter o esquema completo da vacina administrado antes do uso do imunobiológico. Para os vacinados, recomenda-se que estejam com títulos de anticorpos >10U para proteção. Se os títulos forem inferiores, é recomendado um reforço vacinal. Os HBsAg positivo devem ter esquema antiviral iniciado uma a três semanas antes do uso do imunobiológico. Os autores recomendam tenofovir+entecavir devido ao menor impacto na resistência.

HCV

Os autores relatam que a coexistência do HCV com terapia com imunobiológicos é infrequente. No momento da publicação do guideline, os novos esquemas, hoje padronizados, ainda não estavam disponíveis. A experiência dos infectologistas mostra que a coexistência de imunodepressão com infecção pelo HCV mostra grande aumento de risco de doença hepática. Por esta razão, as novidades que aconteceram após a publicação, seria necessária uma atualização do guideline neste tópico específico, analisando o tratamento prévio com a terapia interferon-free.

HIV

A pesquisa da soropositividade para HIV é recomendada. Para os soropositivos, os autores afirmam que é seguro o uso de imunobiológicos em pacientes em supressão viral. Cabe lembrar que após os resultados do estudo START em 2015, a indicação de início de antirretrovirais foi alargado, favorecendo o uso nesta população específica.

VACINAÇÂO

Os autores recomendam a pesquisa do histórico vacinal e mostraram referência às recomendações do IDSA para vacinação em imunodeprimidos. As vacinas abordadas com maior ênfase são: varicela-zoster e influenza.

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