Arquivo da categoria: Infecções em atenção primária

Uso de antimicrobianos na pneumonia viral

Artigo:Impact of antibacterials on subsequent resistance and clinical outcomes in adult patients with viral pneumonia: an opportunity for stewardship

Antibiotics - Medical Concept. Composition of Medicamen.Autores: Matthew P. Crotty e mais

Local: Saint Louis, EUA

FonteCritical Care (2015) 19:404

Estudo: Os autores estudaram o impacto da antibioticoterapia em pneumonia viral dos desfechos clínicos e no desenvolvimento de resistência. Continuar lendo

Anti-inflamatórios e abscesso periamigdaliano

Artigo: Impact of anti-inflammatory drug consumption in peritonsillar abscesses: a retrospective cohort study

ucm453626Autores: Thomas Feasson e mais

Local: Lyon, France

Fonte: BMC Infectious Diseases (2016) 16:432

Estudo: Os autores realizaram um estudo coorte retrospectivo com 216 pacientes que tiveram diagnóstico de abscesso periamigdaliano, uma infecção grave, consequência de uma amigdalite. Todos os diagnósticos foram revisados pelos autores. Eles analisaram a relação entre anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) e a infecção.

Resultados: Dos 216 pacientes, 58,4% Continuar lendo

Quinolonas versus macrolídeos no tratamento da Legionelose

Artigo: Quinolones versus macrolides in the treatment of legionellosis: a systematic review and meta-analysis.

istock_000008658139mediumAutores: C. Burdet e mais.

Local: França.

Fonte: J Antimicrob Chemother. 2014 Sep;69(9):2354-60.

Estudo: Os autores decidiram analisar as publicações comparando o uso de quinolonas versus o uso de macrolídeos no tratamento da legionelose. Os desfechos abordados foram:

  • Primário – Mortalidade.
  • Secundários – Tempo para defervescência da febre, tempo de permanência hospitalar, ocorrência de complicações (segundo critérios dos autores dos estudos), necessidade de ventilação mecânica e eventos adversos.

Foram considerados para a revisão sistemática artigos Continuar lendo

Dez anos de vacina para o HPV

Artigo: Impact and Effectiveness of the Quadrivalent Human Papillomavirus Vaccine: A Systematic Review of 10 Years of  Real-world Experience.

hpv-vacinaAutores: Suzanne M. Garland e mais.

Local: Multicêntrico

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(4):519–27.

O estudo: O artigo é uma revisão sistemática dos estudos avaliando a eficácia da vavina para o papilomavírus (HPV), licenciada em 2006. Dos 903 artigos encontrados, 58 (6,4%) Continuar lendo

A controvérsia do uso de antibióticos para IVAS em idosos

Artigo: Protective effect of antibiotics against serious complications of common respiratory tract infections: retrospective cohort study with the UK General Practice Research Databasevirus

Autores: Petersen e mais

Local: Centre for Infectious Disease Epidemiology, Department of Primary Care and Population Sciences, London e Health Protection Agency, Centre for Infections, London

Fonte: BMJ 2007;335;982

O estudo: Os autores aproveitaram para um coorte retrospectivo o banco de dados inglês com 162 centros, de 1991 a 2001. Identificaram pacientes através de termos localizadores de diagnóstico e utilizaram como desfecho primário o desenvolvimento de complicações graves até 30 dias o diagnóstico da infecção das vias aéreas superiores (IVAS). Entre as complicações graves estão a pneumonia, mastoidite e abscesso peritonsilar (‘quinsy’).

Resultado: Os autores analisaram um total nada impressionante de 1.081.000 casos de IVAS.Os autores mostram benefícios com o uso de antibióticos, mas Continuar lendo

Meu paciente está com “defesas baixas”?

Na clínica diária é frequente o paciente se queixar de “resistência baixa” e que deseja prescrição de vitaminas para “aumentar as defesas”. Na imensa maioria das vezes em que uma investigação é feita, nenhuma alteração é encontrada. Nenhuma surpresa. A sensação de defesas baixas vem devido a:

immunodeficiency-disordersa) Infecções de repetição, muitas vezes infecções respiratórias leves, cuja ocorrência mais frequente num ano ocorre por questões epidemiológicas (maior circulação de vírus/ período prévio mais prolongado sem infecções, gerando maior suscetibilidade;

b) Infecções recorrentes como infecções urinárias ou herpes simples, cujas causas são diferentes, em geral não relacionada a imunodeficiências;

c) Sensação de cansaço ou estafa.

Na verdade, a pergunta é: quando suspeitar que o paciente apresenta uma imunodeficiência?

As imunodeficiências são variadas

Inicialmente, é importante entender que o sistema imune é complexo e Continuar lendo

Loperamida e diarreia aguda: Dois pontos de vista

Estamos acostumados a dizer que não utilizamos medicamentos anti-diarreicos, como a istock_000008658139mediumloperamida, pelo risco de perfuração intestinal, no caso de diarreia bacteriana (ou diarreia do viajante, segundo a  literatura americana). Tal risco não é citado para a diarreia não inflamatória, ou “alta”. As perguntas que devem ser feitas são: 1) O risco de perfuração está bem evidenciado? 2) Caso o risco seja baixo ou irrelevante, há benefício no uso de antidiarreicos como a loperamida?

Loperamida está associada a eventos adversos graves?

A Loperamida é um agonista opioide com ação periférica. Ela possui diversas Continuar lendo

Linfadenopatia: avaliação de varáveis clínicas

Artigo: The predictive value of epidemiological characteristics, clinical and laboratory findings in adult lymphadenopathy etiology

cervicallymphnodesAutores: S. AKINCI, K. SILAY, e mais

Local: Yildirim Beyazit University, Ankara, Turkey

Fonte: European Review for Medical and Pharmacological Sciences 2015; 19: 2973-2977

Estudo: 150 pacientes submetidos a biópsia ganglionar. Os autores separaram, como desfecho, presença e ausência de neoplasia. Estudaram características clínicas e laboratoriais que antecederam a biópsia.

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Resultados: Os autores encontraram uma maior ocorrência de neoplasias em Continuar lendo

Infecção como efeito adverso de anti-inflamatórios

Os artigos aqui revisados são antigos, e a literatura é escassa, mas o assunto é extremamente importante.

  • Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são usados em larga escala, tanto através de prescrição médica quanto como por automedicação. Esta classe de medicamentos é vendida livremente, em prateleiras de farmácias (OTC ou over the counter). Seus benefícios são inquestionáveis, 19-diet-pillsassim como seus efeitos adversos.
  • Muitos dos efeitos colaterais são conhecidos, como os problemas relacionados à agregação plaquetária (De forma diferente, os COX não seletivos e os COX-2 seletivos), sobre estômago e rins.

Vamos nos lembrar que os AINES agem numa fase crítica da resposta imune, o sistema inato, mais inespecífico, mas crucial para eliminação rápida de agressores: a cascata do ácido aracdônico.

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Este processo é disparado no momento em que há lesão de membranas celulares, com exposição de fosfolipídeos. Dentre os caminhos seguidos pela degradação de fosfolipídeos, chegamos às cicloxigenases, Continuar lendo

Ceftriaxona ou Penicilina para Sífilis?

Artigo: Meta-analysis of ceftriaxone compared with penicillin for the treatment of syphilis

sifilis-vdrlAutores: Zhen Liang e mais

Fonte: International Journal of Antimicrobial Agents 47 (2016) 6–11

Local: China

Estudo: Os autores realizaram meta-análise comparando tratamento da sífilis com penicilina benzatina e ceftriaxona. Como critério, foram incluídos estudos abordando sífilis primária, secundária ou latente (terciária excluída), em pacientes sem alergia à penicilina.

Os desfechos foram observados através de seguimento com 3, 6 e 12 meses. Foram avaliados: (i) taxas de resposta e (ii) taxas de recaídas. Resposta foi definida como redução ≥4-vezes nos títulos VDRL/RPR , sem aumento de títulos no período.Recaída foi definida como aumento nos títulos após queda do VDRL/RPR  ≥4-vezes. Soropersistência foi definida como manutenção dos títulos após tratamento, sem manifestações clínicas, e falha como aumento ≥4 vezes após resposta inicial,título persistente ≥1:64, ou progressão clínica da doença.

Resultados: De 969 artigos encontrados na busca bibliográfica, sete se encaixaram nos critérios de inclusão e exclusão. 281 pacientes fizeram parte da análise. Os esquemas de ceftriaxona foram bastante diferentes de acordo com o estudo. Um dos esquemas variou de 2 g IM por dia, por dois dias, até Continuar lendo