Arquivo da categoria: Antimicrobianos

Além dos antibióticos

Artigo: Beyond Antibiotics: New Therapeutic Approaches for Bacterial Infections

Autores: Alan R. Hauser, Joan Mecsas, e Donald T. MoirAntibiotics - Medical Concept. Composition of Medicamen.

Local:Departments of Microbiology/Immunology and Medicine, Northwestern University,
Chicago, Illinois; Tufts University School of Medicine, Boston, e Microbiotix, Inc, Worcester, Massachusetts

Referência: Clinical Infectious Diseases 2016;63(1):89–95

A revisão: Trata-se de uma revisão clínica importante, num momento em que se fala da era pós-antibiótica. Novas abordagens – certamente de custo bem mais elevado – tenderão a ser utilizadas no tratamento de infecções graves. Os autores organizam os novos produtos em:

  • Inibição da virulência microbiana
    • Anti-toxinas e sistemas secretórios
    • Anti-biofilmes e adesão
    • Anti-sinalização e regulação
  • Terapia com fagos
  • Manejo do microbioma

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Dois novos antimicrobianos

Artigo: Ceftazidime/Avibactam and Ceftolozane/Tazobactam: Second-generation β-Lactam/β-Lactamase Inhibitor Combinations

untitledAutores: David van Duin e Robert A. Bonomo

Local: Chapel Hill e Cleveland, Estados Unidos

Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(2):234–41

A revisão e comentários: Não existe perspectiva para lançamento próximo de antimicrobiano inovador, com mecanismo de ação novo, que seja realmente diferente do ponto de vista de perenidade e barreira ao desenvolvimento de resistência. No Brasil, esta  notícia é particularmente ruim pois já vivemos um problema de saúde pública com as bactérias gram-negativas:

a. Alta incidência de ESBL, forçando uso maciço de carbapenêmicos.

b. Alta resistência de bactérias não fermentadoras Continuar lendo

Pneumonia adquirida na comunidade: monoterapia com β–lactâmico?

Artigo:  Antibiotic Treatment Strategies for Community-Acquired Pneumonia in Adults

Autores:  Douwe F. Postma, Cornelis H. van Werkhoven, e  the CAP-START Study Group

Local:  Multicêntrico, Holanda

Fonte:  N Engl J Med 2015;372:1312-23

O estudo:  O estudo teve como alvo a avaliação da necessidade ou não da cobertura de agentes atípicos (com macrolídeo ou quinolona), associado a um β–lactâmico. O desenho foi prospectivo, e o critério de inclusão foi o de adultos com pneumonia adquirida na comunidade (PAC) com escore CURB-65>2. Durante o estudo, a cada 4 meses o esquema de eleição das instituições era alterado: monoterapia com β–lactâmico (período 1), β–lactâmico+macrolídeo (período 2), monoterapia com quinolona (período 3). O desfecho primário foi mortalidade em 90 dias, por qualquer motivo. Os desfechos secundários foram tempo de hospitalização, tempo para troca para medicação oral, e detecção de complicações durante a hospitalização.

Resultados:  Durante o período 1 foram incluídos 656 pacientes, 739 durante o período 2 e 888 durante o período 3.  A mortalidade em 90dias foi, respectivamente, (59 pacientes), 11.1% (82 pacientes), e 8.8% (78 pacientes). Comparando as três estratégias, não foi demonstrada inferioridade da monoterapia com β–lactâmico, quando comparado com os demais esquemas. Esta afirmação serve tanto para o desfecho primário, como para os secundários.

pac

Comentários: A literatura referente a este assunto em geral tende a mostrar Continuar lendo

Ceftriaxona para infecções estafilocócicas?

Artigo:  Outcomes of ceftriaxone use compared to standard of therapy in methicillin susceptible staphylococcal aureus (MSSA) bloodstream infections

Autores:  Ursula C. Patel, Edward Hines, Jr., Erin L. McKissic, Douglas Kasper, Joseph R. Lentino, Constance T. Pachucki, Todd Lee, Bert K. Lopansri.

Local:  Vancouver

Fonte:  International Journal of Clinical Pharmacy. 2014, 36 (6):1282-1289.

O estudo:  Carregamos a informação que existe uma progressão de atividade de acordo com a geração de cefalosporinas. As de primeira geração seriam melhores para gram-positivos, e esta ação seria perdida nas cefalosporinas de Terceira geração. Que a atividade para gram-negativos seria aumentada com o “passar” das gerações. Por isto muitos associam oxacilina à ceftriaxona quando a cobertura anti-estafilocócica é demandada. Seria esta cobertura necessária? A classificação de gerações é uma hipersimplificação. As cefalosporinas de segunda geração têm a cefoxitina, com ótima ação anti-anaeróbica, e a cefuroxima, sem esta cobertura. In vitro, a ceftazidima não possui cobertura para estafilococos, e boa atividade sobre  Pseudomonas. aurJá a ceftriaxona não possui atividade confiável sobre Pseudomonas, mas as MICs para estafilococos são mais baixas do que as vistas com cefazolina. Continuar lendo