qSOFA ou SIRS?

Artigo: Comparison of qSOFA score and SIRS criteria as screening mechanisms for emergency department sepsis

sepsis checklistAutores: Haydar S, e mais

Local: Tufts University School of Medicine,  Portland,  United States

Fonte:American Journal of Emergency Medicine (2017)

Estudo: Este pequeno estudo procura comparar os critérios qSOFA e SIRS para uso no protocolo de sepse.Os autores avaliaram 200 pacientes tratados como provável sepse no serviço de emergência, e observaram a positivação dos critérios para o SIRS e qSOFA.

Resultados: Os autores observaram que o tempo decorrido entre a chegada do paciente e a positivação do  escore foi menor e mais sensível com o SIRS. No entanto, ambos os critérios apresentaram especificidade muito baixa.

a1.png

Comentários: O estudo sugere que o SIRS é positivo mais rapidamente e por isto garante maior segurança para o paciente. Na verdade, a discussão mais importante é outra. Ambos os critérios possuem especificidade baixa e portanto valor preditivo positivo baixo. Isto é um problema? Não, se o protocolo for bem aplicado. qSOFA e SIRS são escores de triagem, para acionamento de um médico que deve avaliar com critério se o quadro pode ser explicado por uma infecção, se é provavelmente bacteriana e seu foco, para determinar o espectro apropriado, e não somente “amplo” sem nenhum raciocínio. Sem esta avaliação, se os critérios de triagem forem utilizados como critérios diagnóstico, então o uso de antimicrobianos aumentará (diminuindo a segurança do paciente – risco de resistência, de hospitalização, de eventos adversos e uso de dispositivos invasivos desnecessariamente). Por outro lado a taxa de ocupação e utilização de recursos poderá aumentar, o que nem sempre é apropriado, se feito às custas de risco.

Protocolos não devem ser burocráticos, limitantes da prática médica,  e nem utilizados como muleta para justificar um cuidado à saúde barato, despersonalizado e apressado, falsamente justificado por uma suposta segurança. Segurança só se atinge com qualidade em todas as suas dimensões.

Marcado:,

Deixe um comentário