Artigo: Antimicrobial stewardship programs that target only high-cost,
broad-spectrum antimicrobials miss opportunities to reduce Clostridium difficile infections

Autores: Christine Bui e mais
Local: Sacramento, CA
Fonte: American Journal of Infection Control 44 (2016) 1684-6
Estudo: Neste pequeno estudo, há a descrição da experiência de um hospital que a partir de 2013 passou a exigir autorização prévia para a prescrição de alguns antimicrobianos (ceftaroline, piperacilina-tazobactam, carbapenemicos, daptomicina, fluoroquinolonas a linezolida). Eles analisaram 122 pacientes com Doença associada ao Clostridium difficile (DACD), e analisaram o uso prévio de antimicrobianos.
Resultados: O resultado mais marcante está no gráfico. A maioria dos pacientes com DACD tiveram uso prévio de antimicrobianos não controlados pela CCIH.

Comentários: O programa de racionalização de antimicrobianos – hoje elegantemente denominado antimicrobial stewardship – tem grandes dificuldades de implementação, passando por questões econômicas e administrativas, mas também por conceitos pouco discutidos, como a sua prioridade. Para se adequar à restrição (necessária) de classes mais novas, e para agradar (justificadamente) as dificuldades impostas pelo custo das novas drogas, frequentemente a CCIH prioriza, quando não se limita a agir sobre os antimicrobianos mais novos. Sem parecer radical, nem propor o abandono desta ação, é importante pensar que esta prioridade tem problemas:
a. Muitas vezes estes antimicrobianos são utilizados em pacientes complexos, com alto risco de resistência, e que mais frequentemente precisam deles.
b. Muitas vezes um infectologista clínico prescreve estes antimicrobianos.
c. Apesar do custo, proporcionalmente o número de prescrições é baixo.
d. Ao se deixar em segundo plano, ou mesmo não atuar sobre classes menos ‘nobres’ perde-se a chance de evitar que um paciente use antimicrobianos ou que tenha risco de resistência.
A maior parte das prescrições inapropriadas, e oportunidades para a CCIH está nos antimicrobianos menos nobres. A solução é agir sobre todos, padronizar uso, educar e auditar. O que não se pode fazer, como vemos neste pequeno estudo, é guardarmos nosso olhar somente para um extremo do uso, que muitas vezes não traz impacto significativo naquilo que interessa: reduzir a velocidade de progressão da resistência, e do risco individual.
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