Taxa de ocupação e disseminação de bactérias resistentes

Artigo: Epidemiology meets econometrics: using time-series analysis to observe the
impact of bed occupancy rates on the spread of multidrug-resistant bacteria

Sem título.pngAutoresK. Kaier, E. Meyer, M. Dettenkofer, U. Frank

Local: Freiburg e Berlim, Alemanha

FonteJournal of Hospital Infection 76 (2010) 108e113

Estudo: Em geral damos um valor muito grande à higienização das mãos e controle de antimicrobianos como medidas eficazes para o controle da disseminação de bactérias multirresistentes (MDR). Frequentemente fracassamos. Em parte porque a adesão de profissionais de saúde é difícil. Em parte porque falta algo na equação. O que falta em geral é uma questão administrativa, muito difícil de ser abordada: a taxa de ocupação, número, motivação e treinamento de todo o pessoal. O objetivo deste estudo foi tentar avaliar o impacto da taxa de ocupação (diretamente ligada à superlotação), a rotatividade de leitos e permanência hospitalar à ocorrência de MDR.

Numa análise temporal, os autores avaliaram a ocorrência de casos de infecção causada por MRSA e ESBL e relacionaram com:

BO (ocupação hospitalar): Número de pacientes-dia / número de leitos disponíveis-dia. Quanto mais próximo de um maior a ocupação hospitalar.  
TI: Média de tempo que um leito ficava disponível até a próxima admissão. Quanto maior o tempo, menor a superlotação.  

LOS (Média de permanência): Tempo médio de permanência hospitalar. 

Resultados: No período avaliado, os autores observaram uma redução na ocorrênca de MRSA e aumento na de ESBL.

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Os principais fatores de risco encontrados para ocorrência de infecções causadas por MRSA e ESBL doram as variáveis relacionadas à superlotação e também a média de permanência.

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Comentários:

A CCIH, ou como alguns dizem, “O CCIH” é muitas vezes responsabilizada por surtos e eventos adversos que ela não tem a capacidade de mudar, quando muito, apontar. Este estudo mostra que a gestão da permanência tem relação direta com a ocorrência da infecção. A comissão tem papel limitado nas tomadas de decisão relacionadas a este aspecto gerencial, uma vez que:

  • A superlotação pode ser reflexo de escassez de oferta no sistema.
  • A ocupação alta tem relação com diminuição de ociosidade e gestão de custos fixos da instituição.
  • Há necessidade de política global de qualidade que resolva gargalos que impactem no tempo de permanência, como disponibilidade de agendas de exames e centro cirúrgico, gestão de interconsultas e do próprio corpo clínico.

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