Artigo: Comparing the Outcomes of Patients With Carbapenemase-Producing and Non-Carbapenemase-Producing Carbapenem-Resistant Enterobacteriaceae Bacteremia
Autores: Pranita D. Tamma e mais
Local: The Johns Hopkins University School of Medicine, Baltimore, Maryland, USA
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2017;64(3):257–64
Estudo: Os autores procuraram analisar o risco de óbito em 14 e 30 dias de pacientes com bacteremia causada por enterobactérias com e sem resistência aos carbapenêmicos, tendo como diferencial a análise do impacto do mecanismo de resistência e também da MIC. Desenharam um estudo retrospectivo de pacientes com hemocultura monomicrobiana com enterobactérias.
Resultados: Foram analisados 83 pacientes, 92% KPC, 5% NDM e 3% OXA-48. 21 pacientes tinham bacteremia por agentes não resistentes aos carbapenêmicos. A mortalidade entre pacientes com resistência foi de 22% aos 14 dias e 32% aos 30 dias, comparada com 13% no grupo sem resistência. Com maior frequência, terapia empírica apropriada foi mais frequente no grupo com bacteremia causada por enterobactéria sensível. O risco de óbito em pacientes com bactéria resistente foi 4,92 vezes superior.

Comentários: A maioria dos infectologistas rejeita o termo superbactéria utilizado de forma sensacionalista pela midia porque:
a. Ocorrem geralmente em pacientes selecionados, com doenças subjacentes graves;
b. São colonizantes mais do que infectantes;
c. A sua virulência é igual ou menor que cepas sensíveis.
No último caso, temos visto exceções. O MRSA comunitário prevalente nos EUA tem a tendência de ser mais virulento. A maioria dos gram-negativos resistentes são menos virulentos, este estudo sugere uma exceção. A bactéria produtora de carbapenemase seria bem mais virulenta. No entanto, este é um estudo retrospectivo, com problemas no pareamento, nas espécies bacterianas e no esquema antimicrobiano empírico, além do próprio tamanho amostral. É importante a avaliação por estudos mais robustos.
Marcado:MDR, Resistência bacteriana
Deixe um comentário