Fosfomicina, mais um Renascido das Cinzas

ArtigoIntravenous fosfomycin – Back to the future. Systematic review and meta-analysis of the clinical literature

fosfomicinaAutoresB. Grabein, W. Graninger, J. Rodríguez Baño, A. Dinh, D.B. Liesenfeld

LocalEspanha, França, Alemanha, Austria

Fonte:  Clinical Microbiology and Infection (2017), doi: 10.1016/j.cmi.2016.12.005.

Estudo: Revisão sistemática sobre uso endovenoso de fosfomicina, sendo baseada em
128 estudos, que estudaram 5527 pacientes.

Resultados: Os estudos abordaram infecções graves: septicemia, meningite, osteomielite, infecções em UTI neonatal, infecções em pacientes com cancer. 14 estudos abordaram pacientes com infecções causadas por agentes resistentes à terapia usual. A dose diária prescrita para adultos variou de 180 a 220mg/kg, dividida em duas a três aplicações, e em pediatria na média 100 a 200mg/kg/dia, chegando a 500mg/kg/dia.

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Foram avaliados estudos com a fosfomicina em monoterapia ou terapia combinada. Sete dos estudos foram randomizados. Os autores não observaram diferenças entre a fosfomicina e comparadores.

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Comentários: A fosfomicina foi relegada a um segundo plano por muitos anos. Tanto por ser um antimicrobiano antigo, de baixo custo, sem investimento para produção, tanto pela falta de estudos clínicos elucidativos, assim como pelo rápido desenvolvimento de resistência com o uso clínico. No entanto, diversos relatos clínicos indicavam que trata-se de antimicrobiano potente e potencialmente útil. Seu esquecimento gerou uma menor pressão seletiva, deixando-o para uso atualmente, na vigência de multirresistência, ainda que por tempo limitado.

Os resultados mais marcantes podem ser vistos na análise da monoterapia. Não se observou diferença entre fosfomicina e comparadores.

Alguns comentários merecem ser marcados:

  1. A evidência ainda é limitada.
  2. A fosfomicina EV não pode se tornar droga de primeira linha devido à evidência limitada.
  3. Na ausência de outros esquemas plausíveis, há justificativa para uso de fosfomicina EV.
  4. O desenvolvimento de resistência é rápido, o uso desnecessário deve ser evitado.
  5. São necessários estudos mais consistentes para determinação mais precisa da utilidade da droga.

 

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