Artigo: Metaanalysis of the Performance of a Combined Treponemal and Nontreponemal Rapid Diagnostic Test for Syphilis and Yaws.
Autores: Michael Marks e mais
Local: Multicêntrico
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(5):627–33
Estudo: Os nossos testes diagnósticos para Sífilis são limitados, com diversos problemas de sensibilidade e especificidade. Mais recentemente foram desenvolvidos testes rápidos, que não conseguem distinguir infecção recente. O teste da plataforma de via dupla (Dual platform path – DPP) é um novo teste rápido que combina tanto teste específico como inespecífico e que permite diferenciação de infecção antiga da recente. Os autores realizaram meta-análise buscando determinar a acurácia deste teste. Foram avaliados estudos com dados primários, comparativos, tendo o RPR como comparador.
Resultados: Foram selecionados nove estudos, tendo sido avaliados 7267 testes. A sensibilidade do DPP foi boa (98,2%), tando quando utilizados como referência os testes treponêmiocos (T1) como os não-treponêmicos (T2). A sensibilidade se mostrou inferior no caso de pacientes assintomáticos, infecção prévia e quando os títulos de RPR eram baixos.

A concordância entre o DPP e testes tradicionais foi de 85,2%.

Comentários: Qualquer estudo relacionado à sífilis tem limitações, porque mesmo os exames tradicionais, como o RPR são limitados e não garantem sensibilidade e especificidade o suficiente, especialmente quando os resultados obtidos não são tão altos. Sabemos que a sensibilidade de testes não-específicos variam de acordo com a fase da doença. Mesmo o uso destes exames como gold standard é um parâmetro complicado para interpretação.
Os autores afirmam que para as gestantes este exame será útil, pois geralmente se mostra negativo no caso de infecções prévias. Segundo eles, reduziria o número de pacientes recebendo antibióticos desnecessariamente (falsos-positivo).
O teste rápido pode ser uma excelente ferramenta, em especial para obstetras e pediatras, que muitas vezes atendem parturientes/ recém-nascidos sem informação prévia. Mas existe uma informação que ainda precisa ser estudada. Nosso critério de resolução de infecção é baseada na queda de títulos de testes não-treponêmicos (VDRL ou RPR). O DPP se prestará para isto? Seus títulos acompanham os do RPR? Ou teremos que coletar os testes tradicionais naqueles com DPP positivo, para fazer o seguimento?
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