Artigo: The Effectiveness and Safety of High-Dose Colistin: Prospective Cohort Study
Autores: Yael Dishon Benattar e mais
Local: Israel
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(12):1605–12
Estudo: Os autores utilizaram dados de dois coortes prospectivos que realizaram, um comparando a colistina com outro betalactâmicos, outro avaliando posologia. Os autores compararam a dose tradicional de 3–6 MIU por dia, sem dose de ataque, com o esquema de 9 MIU (dose de ataque) seguido de 4,5 MIU a cada doze horas (1 MIU = 30 mg colistina base). Ajuste de dose após início de tratamento foi permitido, mantendo-se a proporcionalidade da dose.
As infecções incluídas foram aquelas graves, causadas por bactérias resistentes aos carbapenêmicos. Desfecho primário foi definido como letalidade em 28 dias, secundário a persistência da febre, toxicidade e desenvolvimento de infecção causada por agenteresistente à polimixina.
Resultados: 529 pacientes com primeiro episódio de infecção causada por bactéria resistente foram analisados.A distribuição entre pacientes com alta e baixa dose teve algum grau de heterogeneidade: Pneumonias causadas pelo A. baumannii foram mais comuns no grupo de alta dose, enquanto que infecções e bacteremias causadas por Klebsiella pneumoniae prevaleceram no grupo de baixa dose.
A prescrição de dose alta de colistina não foi fator determinante de diminuição de mortalidade.

Com relação aos desfechos secundários, a persistência de febre foi idêntica nos dois grupos. A superinfecção foi reduzida com uso de dose alta, mas a nefrotoxicidade foi maior neste grupo.

Comentários: A polimixina, entre outros antimicrobianos renascidos das cinzas, como a vancomicina e a fosfomicina, são utilizados para tratamento de bactérias resistentes, quando opções de maior potência ou menor toxicidade já não possuem utilidade. Sua potência já foi muito questionada, mas a sua toxicidade é um problema mais sério.
Partindo-se do pressuposto que as bactérias que demandam o uso de polimixina não são mais agressivas, mas em geral acometem pacientes mais graves e requerem concentrações mais altas para inibição, seria interessante aumentar a dose da colistina para melhorar sua taxa de resposta?
Com algumas limitações, este estudo sugere que não. O tamanho amostral foi significativo, e a diversidade de infecções simula o mundo real. Mas a discrepância entre grupos, e a heterogeneidade de características de pacientes dificulta a visualização de uma resposta exata.
A tendência é evitar uma dose alta, até porque a nefrotoxicidade e a convulsão são eventos adversos potencialmente graves. Mas como pesar a ocorrência de superinfecção?
Marcado:Acinetobacter, Antibióticos, klebsiella, kpc, MDR, pseudomonas, UTI
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