Artigo: Closing the Translation Gap: Toolkit-based Implementation of Universal decolonization in Adult Intensive Care Units Reduces Central Line–associated
Bloodstream Infections in 95 Community Hospitals
Autores:Edward Septimus e mais
Local: 95 centros nos Estados Unidos
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;63(2):172–7
Estudo: A descolonização, entendida como uso de antimicrobianos, especialmente por via tópica para eliminação ou redução da colonização por bactérias resistentes, foi durante muitos anos uma estratégia controversa, devido à dificuldade de se descolonizar todos os sítios corporais e pelo potencial de desenvolvimento de resistência. Este é o maior estudo publicado analisando a relação entre descolonização e um desfecho clínico de grande importância – as infecções de corrente sanguínea (BSI). Participaram 136 UTIs de 95 hospitais. Foi realizada descolonização universal, não dependente de culturas, em todos os pacientes, com mupirocina a 10%, por via intranasal duas vezes por dia por cinco dias.
Resultados: Os resultados mostram uma importante redução na ocorrência de BSI após a implementação do protocolo.
A redução foi observada não somente para gram-positivos, mas também paragram-negativos, ainda que em menor proporção. Este resultado deve refletir parcialmente o próprio ambiente da realização de protocolo, com o rigor e sistemática envolvidos.

Comentários: O fato das condições de trabalho (sobrecarga de profissionais, falta de estrutura, superlotação) no Brasil serem diferentes das americanas, não nos exime da responsabilidade de fazer o melhor que está ao nosso alcance. Se o impacto da descolonização por aqui não for tão relevante devido às condições for inferior ao observado em estudos, ainda assim salvará vidas. A não ser que estudo nas nossas condições comprove o contrário.
Se no mundo real a redução não for de 23,5%, e sim de 10%, ainda assim valerá muito a pena. As questões que devem ficar são: repetir a cada quanto tempo? É necessário monitorizar a resistência à mupirocina? A preparação disponível no Brasil é igualmente eficaz?
Marcado:descolonização, Infecção da corrente sanguínea, Infecções hospitalares
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