Artigo: Hypertension Among HIV-infected Patients in Clinical Care, 1996–2013
Autores: Nwora Lance Okeke, Thibaut Davy, Joseph J. Eron, e Sonia Napravnik
Local: University of North Carolina at Chapel Hill
Referência: Clinical Infectious Diseases 2016;63(2):242–8
O estudo: Participaram do estudos pacientes participantes do estudo de coorte UNC CFAR HIV entre 2006 e 2013. O desfecho primário utilizado foi o desenvolvimento de hipertensão pelo menos 90 dias após o início do coorte, para descartar hipertensão pré-existente. Foi realizada análise multivariada para se tentar compreender os fatores de risco para desenvolvimento de hipertensão entre soropositivos.
Resultados: No momento da inclusão, 471 pacientes tinham diagnóstico de hipertensão e por isto foram excluídos. 3141 pacientes foram incluídos, 756 desenvolveram hipertensão num período mediano de seguimento de 5,5 anos (2,7 a 10 anos). A incidência bruta de hipertensão foi de 3.44 casos por 100 Indivíduos-ano (IC 95%: 3.20–3.70). Os fatores de risco para desenvolvimento de hipertensão não foram diferentes daqueles observados na população geral, inclusive o uso de cocaína. Mas fatores específicos, como CD4 no início, controle viral, uso de antirretrovirais não se mostrou associado ao desenvolvimento de hipertensão.

Os autores observaram uma tendência não estatisticamente significante de menor incidência de hipertensão em pacientes com CD$>500 cel/mm3, supressão viral e maior incidência naqueles em uso de inibidores de protease.
Comentários: O tratamento da infecção causada pelo HIV não se restringe hoje à supressão viral. A síndrome metabólica e as complicações cardiovasculares são importantes consequências da infecção pelo HIV e seu tratamento. Por isto, um infectologista deve ser o clínico do paciente, tratá-lo integralmente, mais do que fatiar o paciente em mil especialidades em condições não complicadas, onde ele, como qualquer bom clínico, é capaz de manejar.
Apesar da ‘tendência’ enfatizada pelos autores, não se mostrou associação entre uma classe de medicamentos específica e a hipertensão, e nem o uso de antirretrovirais. Muito provavelmente a atividade inflamatória desencadeada pela replicação viral seja o principal fator desencadeador – ou antecipador – da hipertensão.
Marcado:AIDS, Hipertensão, HIV
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