Artigo: Hospital-reported Data on the Pneumonia Quality Measure ‘‘Time to First Antibiotic Dose’’ Are Not Associated With Inpatient Mortality: Results of a Nationwide Cross-sectional Analysis
Autores: Erin Quattromani, Emilie S. Powell e mais
Local: 530 hospitais nos Estados Unidos
Fonte: ACADEMIC EMERGENCY MEDICINE 2011; 18:496–503
O estudo: Os autores aproveitaram os dados do MEDICARE, selecionando todos os pacientes com CIDs relacionados à pneumonia no ano de 2007. O desfecho observado foi a mortalidade. O início de tratamento antibiótico (gold-standard da época: 4 horas) foi analisado. A análise não foi individual, mas a taxa de óbitos de hospitais, que foram divididos em quatro quartis: o primeiro quartil foi aquele com hospitais com pior desempenho no parâmetro de qualidade (início de antibiótico em 4h) e no quarto quartil estavam os melhores.
Resultados: 95705 pacientes alcançaram os critérios de inclusão. A taxa de mortalidade foi idêntica nos quatro quartis.

Comentários: O estudo tem limitações, é uma observação não sistemática baseada em registro computadorizados, sem avaliação de qualidade diagnóstica e com heterogeneidade de critérios de diagnóstico e conduta. Ainda assim, está próximo ao mundo real, não controlado.
Há cerca de dez anos, a discussão de tempo de início de antibioticoterapia esteve em seu auge, como parâmetro de qualidade. Esta discussão tem impacto maior do que o clínico. Certificadoras passaram a exigir, nos EUA, independente da qualidade da evidência, baseados na opinião de experts. Não cumprir a norma significaria risco de processos – má prática. Responsabilização judicial. Não pagamento por fontes pagadoras. Uma dinâmica de avaliação de serviços e médicos que gera uma prática defensiva cara e impessoal. Neste caso, os experts estavam errados. A Medicina Baseada em Evidências é bastante sólida nos pontos específicos que consegue avaliar a evidência, mas é frágil quando usa-se o seu nome, em nome de evidência nenhuma. Ou na variabilidade, quando ainda não temos ferramenta para determinar a evidência completa. O que sabemos, é que se a pneumonia vem acompanhada de sepse grave, devemos seguir os parâmetros do protocolo de sepse. No entanto, se não há sepse grave, temos que ser rápidos e ágeis. Avaliar rapidamente a oxigenação e a estabilidade do paciente, dar suporte, especialmente a suplementação de oxigênio pertinente. É necessária antibioticoterapia rápida, mas não sabemos ainda se há um tempo específico. E temos que escolher o espectro correto. Mais frequentemente, vemos o uso de medicamentos novos com ação anti-pseudomonas, esquecendo-se que o pneumococo é o mais importante agente causador de pneumonias graves.
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