Artigo: Systematic review of antibiotic resistance in acne: an increasing topical and oral threat
Autores: Timothy R Walsh, John Efthimiou, Brigitte Dréno
Local: Heath Hospital, Cardiff, UK,Independent Medical Consultancy, Oxford, UK e Department of Dermatology, Nantes University Hospital, Nantes, France
Fonte: Lancet Infect Dis 2016
O estudo: Os autores realizaram uma revisão sistemática bastante completa sobre antibioticoterapia da acne. Iniciaram descrevendo a fisiopatologia, a infecção das glândulas pilosebáceas e sua relação com a formação do microcomedo. Afirmaram que habitualmente é prescrito um antibiótico para tratamento, eritromicina ou clindamicina, eventualmente uma tetraciclina pela sua ação anti-inflamatória associada, mas ressaltou com muita propriedade os riscos de resistência envolvidos. Em especial a falha do próprio tratamento. Por esta razão, propôs esquema de uso ponderado, equilibrando riscos e benefícios.

Recomendações dos autores: O painel recomendou um uso menos extenso de antibioticoterapia sistêmica, guardando-as para casos mais selecionados.

Comentários: Esta é uma situação que o infectologista pouco vivencia, mas que tem medo. Em geral, não gostamos de “antibióticos para pacientes saudáveis” e “uso de antimicrobianos tópicos”. Os paradigmas precisam ser quebrados aqui duas vezes. Em primeiro lugar, acne é uma doença e traz prejuízo para aqueles afetados, e merece antibioticoterapia, caso seja benéfica. O problema é a exposição do paciente a uma terapia prolongada ou de amplo espectro, que aumente o risco de uma infecção causada por bactérias resistentes ou eventos adversos como a diarreia causada pelo C.difficile. Por esta razão, o tratamento tópico deve ser preferido, como preconizam os autores. A terapia tópica, ao contrário de conceitos antigos, promove resistência com menor intensidade e em situações de infecções localizadas, como esta, é plenamente efetiva, caso o esquema posológico seja seguido à risca.
Marcado:Acne, Antibiótico
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