Artigo: Community-Acquired Pyelonephritis in Pregnancy Caused by KPC-Producing Klebsiella pneumoniae
Autores:Asma Khatri, Nina Naeger Murphy, e mais
Local: EUA e Australia
Fonte: Antimicrob. Agents Chemother. August 2015 59:8 4365
O estudo: Trata-se de um relato de caso de infecção urinária causada por Klebsiella pneumoniae produtora de KPC adquirida na comunidade. A paciente (gestante, 18a. semana, sem fatores de risco) recebeu inicialmente ceftriaxona, mas com o resultado da cultura foi trocado para meropenem + fosfomicina, com resolução clínica.

Ela apresentou recaída na 26a. semana, tratada com cefepime, evoluiu com resolução. Biologia molecular evidenciou similaridade com as cepas presentes nos hospitais da região.
Comentários: Este tipo de relato é importante, mas deve ser interpretado de forma lúcida. A resistência em infecções comunitárias pode ser uma irradiação daquela encontrada no hospital, mas ocorre lenta e progressivamente, dependente do perfil de uso de antimicrobianos na comunidade. Este é o caso, uma infecção esporádica, incomum, que pode vir a se tornar comum no futuro, mas que não justifica a mudança das recomendações terapêuticas no momento.
Existe também a resistência própria da comunidade, que depende do uso de antimicrobianos pela população (ex. pneumococo resistente à penicilina), mas que possivelmente guarda relação com outros fatores dinâmicos, como uso não terapêutico humano de antimicrobianos, uso de antissépticos.
Nas duas condições podemos postular:
- Não existe espaço para se extrapolar o tratamento das infecções hospitalares para as comunitárias, mesmo as graves. Os perfis são diferentes.
- Não existe motivo para tratamento dos MDR para as infecções comunitárias.
- Na ausência de novos antibióticos e de políticas de restrição de uso imperfeitas, num futuro esta resistência se alojará na comunidade e provocará profundos dilemas terapêuticos e éticos.
Marcado:Infecção urinária, kpc, MDR
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