Artigo: Home Screening for Bacterial Vaginosis to Prevent Sexually Transmitted Diseases
Autores: Jane R. Schwebke, Jeannette Y. Lee e mais
Local: Multicêntrico, EUA
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;62(5):531–6
O estudo: A vaginose bacteriana (VB) é um desbalanço da flora vaginal, com aumento de colônias de Gardnerella vaginalis e redução de lactobacilos. Ela pode ser sintomática ou assintomática, e está associada à ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis (DST) como por exemplo a infecção por clamídia e gonococo. Os autores tentaram uma estratégia de triagem da VB e tratamento na tentativa de diminuir a ocorrência de DSTs por clamídia e
gonococo. Os autores incluíram mulheres de 15 a 25 anos de idade em 10 centros, desde que tivessem tido uma relação sexual nos últimos três meses e pelo menos dois fatores de risco para DST. A VB foi classificada como sintomática ou assintomática. As mulheres fizeram triagem para BV na consulta de rotina ou através de esfregaço (swab) coletado por elas mesmas. As mulheres com VB assintomática (o que torna ético o estudo) foram randomizadas para receber a notícia por carta e prescrição de metronidazol, 500mgVO a cada 12h por sete dias (receita por correio ou na clínica); outro grupo não teve ciência do resultado nem recebeu prescrição. Caso a mulher já tivesse alguma DST no início do estudo, era encaminhada para tratamento e excluída do estudo. As mulheres recebiam um kit para coleta de esfregaço a cada 12 meses para análise de persistência de VB e presença de DST. O desfecho foi a detecção laboratorial de infecção por clamidia ou gonococo após o término do estudo.
Resultados: Foram incluídas 511 pacientes com VB assintomática no braço tratamento, e 482 no controle. A incidência de infecções por clamídia ou gonococo foi de 18,3 infecções/100 pessoas-ano, sendo semelhante nos grupos que receberam ou não tratamento e informação de resultado. Já a incidência de VB foi menor no grupo que recebeu tratamento.


Comentários: Este estudo é uma proposta bastante interessante para prevenção das complicações da DST, especialmente quando falamos em cuidados primários à saúde. Ou seja, com uma triagem para VB, a ideia seria não só reduzir a incidência de VB, mas criar envolvimento na paciente de forma a reduzir seu risco de aquisição de uma DST. Segundo os autores, o maior benefício seria a restauração da flora vaginal, criando um ambiente pouco propício para a clamídia e o gonococo. Apesar da grande adesão das pacientes ao estudo, a estratégia interessante não mostrou resultado.
Marcado:Clamidia, Doenças sexualmente transmissíveis, DST, Gonococo
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