Artigo: Progression of Liver Fibrosis and Modern Combination Antiretroviral Therapy Regimens in HIV-Hepatitis C–Coinfected Persons
Autores: Laurence Brunet, Erica E. M. Moodie e mais
Local: The Canadian Co-infection Cohort (CCC)
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;62(2):242–9
O estudo: Os autores estudaram, em coorte a progressão da doença hepática de acordo com o esquema de ARV utilizado. O critério de progressão foi o escore APRI. Eles compararam os esquemas “âncora” (PI ou NNRTI) e também os esquemas de suporte, ou “backbone” (TDF/FTC ou ABC/3TC). Somente foram analisados pacientes que estiveram no mesmo esquema de ARV até o estudo. Foram excluídos os HBV positivos e aqueles com uso prévio de dideoxinucleosideos.
Resultados: Os resultados foram analisados através de dois modelos multivariados, estimando-se a progressão para fibrose segundo o escore APRI. O escore apresentou maior elevação nos pacientes que receberam inicialmente um PI (11% em 5 anos). Nos usuários de NNRTI foi inferior, com limite de confiança<0. A progressão estimada foi de 7%. A progressão do escore APRI foi menor nos pacientes em uso de TDF/FTC quando comparado aos que usaram ABC/3TC. Quando analisada a progressão de acordo com a combinação (backbone+âncora), o esquema menos associado com progressão do escore menos marcante foi NNRTI+TDF/FTC.

Comentários: Este é um estudo realizado antes da disponibilidade dos novos tratamentos para HCV. De toda forma, ele nos dá pistas com relação ao ajuste de esquemas para coinfectados. Nosso conceito é que a infecção pelo HIV não tratada acelera a evolução da doença hepática. No entanto, o que vimos aqui é que existem esquemas que são mais efetivos para a desaceleração da progressão do HCV. Este foi o primeiro estudo abordando classe de antirretroviral e seu impacto na coinfecção pelo HCV. Os autores encontraram menor progressão para fibrose entre pacientes que utilizaram NNRTI quando comparado a um PI. E esta não é a principal conclusão deste estudo, segundo eles. Os efeitos mais marcantes foram relacionados ao uso de ABC, apesar de algum viés de seleção (pacientes em uso de NNRTI utilizaram menos ABC). A surpresa foi maior porque não desenharam especificamente para análise do backbone. Em primeiro lugar, os pacientes que iniciaram TDF+FTC tinham um escore basal mais elevado. Ainda assim, na associação com um NNRTI não apresentaram piora do escore. Em segundo lugar, os autores comentaram os possíveis efeitos do ABC no hepatócito. Para surpresa dos mesmos, apesar de ter desenhado o estudo para analisar a âncora (PI ou NNRTI), eles perceberam que a principal diferença estava no backbone.
Marcado:Hepatite C, HIV
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