Artigo: Prevaccination Rotavirus Serum IgG and IgA Are Associated With Lower Immunogenicity of Live, Oral Human Rotavirus Vaccine in South African Infants.
Autores: Sung-Sil Moon, Michelle J. Groome, e mais
Local: África do Sul e CDC
Fonte: Clinical Infectious Diseases 2016;62(2):157–65
O estudo: A vacina para rotavírus possui eficácia na América do Norte e Europa variando de 85 a 98%. Já nos países com menos recursos da Ásia, África e América Latina as cifras variam de 40 a 70%. Buscando tentar compreender esta diferença, os autores selecionaram crianças imunocompetentes que receberam a vacina para rotavírus aos 6 e 14 semanas de idade (juntamente com a vacina pneumocócica). Sangue das crianças para titulação de IgG e IgA contra rotavírus foi coletado imediatamente antes de cada dose e um mês após a segunda dose. Leite e sangue das mães foram coletados antes de cada dose da vacina para dosagem de IgG e IgA contra rotavírus.
Resultados: Os autores perceberam que quanto maiores os títulos de IgG séricos pré-imunização, tanto da mãe, como da criança, piores as taxas de soroconversão.

Comentários: A vacina para rotavírus tem importante impacto sobre a morbimortalidade infantil. Os autores partiram de uma pergunta aparentemente específica, mas com importante impacto: se os títulos de IgG maternos forem altos, a transferência destes anticorpos prejudicará a imunização da criança? Mediante dados prévios de menores taxas de soroconversão em países com menores recursos, eles perceberam que a titulação de IgG prévio prejudica a formação de memória específica, e produção de IgA. Certamente reflexo de precárias condições sanitárias e maior circulação do vírus. Os autores discutem alternativas, imunização em três doses, imunização preferencial na 10 e 14ª. semana, e não 6ª. e 10ª. De toda forma, é necessária reavaliação do esquema de vacinação para privilegiar aqueles que mais se beneficiarão dela.
Deixe um comentário