Terapia antirretroviral e transmissão do HIV

Artigo:  HIV-1 Transmission During Recent Infection and During Treatment Interruptions as Major Drivers of New Infections in the Swiss HIV Cohort Study

Autores:  Alex Marzel, Mohaned Shilaih e mais

Local:  Multicêntrico, Suiça

Fonte:  Clinical Infectious Diseases 2016;62(1):115–22

O estudo:  Os autores se preocuparam em estudar a transmissão do HIV em pacientes que estavam usando terapia antirretrovital (TARV), em especial pelo medo de falha da política de “tratar para prevenir transmissão”.O desenho do estudo é bastante complexo. Eles aproveitaram os vírus isolados em pacientes que foram contaminados por seus pares, obtidos durante o estudo Swiss HIV Cohort Study (SHCS). Foi realizada análise filogenética destas amostras, e a estimativa do tempo de soroconversão através de algoritmo hierárquico. Os pares em que ocorreram a transmissão foram classificados em recentes e crônicos. Dentro do casal, o transmissor foi considerado aquele com a estimativa de soroconversão mais antiga. A infectividade foi determinada pela magnitude e duração de positividade da carga viral.

Resultados:  A fração de transmissões estimadas durante a fase recente de soropositividade (<1ano) foi de 43,7%. Nas transmissões que ocorreram com >1 ano de infecção (estimadas como “crônicas) os principais fatores de risco foram a interrupção no uso da TARV e o início postergado da TARV.

Comentários: Hoje, com os resultados do estudo START e com a política de “tratar para prevenir transmissão”, a tendência mundial é ampliar as indicações de TARV. O que é justo, mas não o suficiente para se baixar a guarda e perder o cuidado. Sente-se claramente menor cuidado de muitos quanto ao uso de preservativo. Da mesma forma, toda esta estratégia é particularmente válida se pacientes estão instruídos, motivados e convencidos a participar de forma intensa, neste caso, com adesão ao tratamento. O estudo mostrou risco de transmissão de vírus, inclusive resistente, em pacientes que interromperam agudamente o uso de TARV, e mesmo cronicamente. As principais conclusões deste artigo são: 1) Iniciar a TARV independente do valor de CD4; 2) Reforçar estratégias para evitar abandono e má adesão, associados à transmissão e infecção com cargas virais mais elevadas (os autores não estudaram resistência).

Marcado:,

Deixe um comentário