Artigo: Outcomes of ceftriaxone use compared to standard of therapy in methicillin susceptible staphylococcal aureus (MSSA) bloodstream infections
Autores: Ursula C. Patel, Edward Hines, Jr., Erin L. McKissic, Douglas Kasper, Joseph R. Lentino, Constance T. Pachucki, Todd Lee, Bert K. Lopansri.
Local: Vancouver
Fonte: International Journal of Clinical Pharmacy. 2014, 36 (6):1282-1289.
O estudo: Carregamos a informação que existe uma progressão de atividade de acordo com a geração de cefalosporinas. As de primeira geração seriam melhores para gram-positivos, e esta ação seria perdida nas cefalosporinas de Terceira geração. Que a atividade para gram-negativos seria aumentada com o “passar” das gerações. Por isto muitos associam oxacilina à ceftriaxona quando a cobertura anti-estafilocócica é demandada. Seria esta cobertura necessária? A classificação de gerações é uma hipersimplificação. As cefalosporinas de segunda geração têm a cefoxitina, com ótima ação anti-anaeróbica, e a cefuroxima, sem esta cobertura. In vitro, a ceftazidima não possui cobertura para estafilococos, e boa atividade sobre Pseudomonas.
Já a ceftriaxona não possui atividade confiável sobre Pseudomonas, mas as MICs para estafilococos são mais baixas do que as vistas com cefazolina. É esta informação que motivou o estudo clínico retrospectivo que incluiu 93 pacientes com bacteremia por MSSA. Foram comparados ceftriaxona à terapia padrão do hospital. Foram excluídos pacientes com tratamento<14 dias ou em uso de outros antimicrobianos.
Resultados: As curas microbiológicas e clínica (Padrão: 74,5% e Ceftriaxona: 83,3%) estatisticamente foram idênticas.
Comentários: O estudo é limitado por ser retrospectivo, com dificuldade de homogeneização de grupos. Em especial, houve tendência de uso do esquema padrão nas infecções associadas ao cateter venoso central, nas endocardites, e nas osteomielites, o que distorce os resultados. Há aparente segurança para uso de ceftriaxona para o tratamento de infecções estafilocócicas (MSSA), mas este deve ser guiado pela MIC observada para a oxacilina. Além deste pequeno estudo, inúmeras são as evidências:
– MICs baixas
– Estudos clínicos abordando osteomielite
– Estudos clínicos abordando infecções de pele
– Estudos clínicos abordando infecções graves (endocardite, meningite)
As recomendações que podem ser sugeridas:
– Não utilizar a ceftriaxona primariamente como anti-estafilocócico de rotina (exceções: desospitalização, falta de acesso vascular, etc)
– Se a ceftriaxona estiver sendo utilizada para tratamento de gram-negativos, e for demandada cobertura anti-estafilocócica (MSSA), não é necessária adição de outro antimicrobiano.
Referências adicionais:
- Demin AA, et al. -Ceftriaxone in the treatment of staphylococcal endocarditis. Antibiot Khimioter. 1998;43(6):12-5.
- Nelson SJ, Boies EG, Shackelford PG. – Ceftriaxone in the treatment of infections caused by Staphylococcus aureus in children. Pediatr Infect Dis. 1985 Jan-Feb;4(1):27-31.
- Hien M. Nguyen &Ronald N. Jones. – Treatment of Methicillin-Susceptible Staphylococcus aureus Osteoarticular and Prosthetic Joint Infections: Using the Oxacillin Minimum Inhibitory Concentration to Guide Appropriate Ceftriaxone Use. Clin Infect Dis. (2013) – Carta.
- Sharff, Katie A.; Graber, Christopher; Spindel, Steven; Nguyen, Hien. – Ceftriaxone for Methicillin-Sensitive Staphylococcus aureus Osteoarticular Infections: A Survey of Infectious Disease Physicians’ Attitudes and Review of the Literature. Infectious Diseases in Clinical Practice 2014; 22(3): 132–140
Marcado:Antibiótico, Ceftriaxona, Infecções estafilocócicas
Deixe um comentário