Protocolos, pra que te quero?

Artigo:  The McDonaldization of Medicine

 

Autores:  E. Ray Dorsey & George Ritzer

 

Fonte:  Editorial. JAMA Neurology Published online November 16, 2015

 

Comentários:

 

As put forth inTheMcDonaldization of Society, “the principles of the fast-food restaurant are coming to dominate more and more sectors of American society,” including medicine. While designed to produce a rational system, the4basic principles of McDonaldization— efficiency, calculability, predictability,andcontrol— often lead to adverse consequences. Without measures to counter McDonaldization, medicine’s most cherished and defining values including care for the individual and meaningful patient-physician relationships will be threatened.

 

Os autores discutem brevemente as vantagens e desvantagens desta padronização. As vantagens são minimizar variação e erro, tendo menor variação o custo é mais previsível. Em Segurança do Paciente, é uma ferramenta particularmente importante. Mas a tendência, como efeito adverso, é a perda do olhar da variação, própria da biologia, levando a diagnósticos e condutas errôneos. Além disto, muda-se a relação médico-paciente, que aborda outros aspectos da medicina (não somente os imediatos, biológicos), permitindo que médicos empregados de forma precária, sem vínculo com paciente, possam avaliar o paciente em esquema de rodízio, sem a menor vinculação ou estabelecimento de conhecimento profundo ou vínculo de confiança. É o ser humano sendo tratado como encanamento. A eficiência, olhada unilateralmente, tem o viés de quem a determina.

mcdnonaldização

Este é um editorial bastante importante. Em algumas instituições, no Brasil inclusive, as condutas médias estão sendo padronizadas e supervisionadas através de protocolos. Se por um lado, a padronização minimiza erros por desconhecimento, aumenta devido ao cerceamento de atividades nos casos que possuem variantes. A medicina não é uma ciência exata.  Aqueles que trabalham com o controle de infecções hospitalares têm sentido isto, a hipertrofia dos protocolos, limitando a expertise técnica. Protocolos são caminhos, não formões. Devem ser utilizados, sem a menor dúvida, mas com prudência.

 

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